Os cometas são objetos realmente imprevisíveis. Não é incomum, portanto, que as projeções sobre eles sejam constantemente revistas e modificadas. É o caso do C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) – ou “Cometa do Século”, como ficou popularmente conhecido (embora, na verdade, não tenha feito jus ao seu apelido).
As primeiras estimativas do pico de brilho deste cometa indicaram que ele poderia ultrapassar a luminosidade de McNaught, que passou pela Terra em 2007, com magnitude de -5,5. Se isso acontecesse, o objeto assumiria a liderança do ranking e o título de “Cometa do Século”.
Porém, as expectativas foram frustradas, pois na passagem mais próxima da Terra, no dia 12 de outubro, atingiu apenas a magnitude -4, ficando atrás do atual campeão. Vale lembrar que quanto mais brilhante um corpo parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Este, no entanto, foi um índice notável, que o tornou o cometa mais brilhante dos últimos 13 anos – garantindo, pelo menos, o estatuto de “Cometa da Década”.
Agora, mais uma atualização muda o que pensávamos sobre o corpo celeste mais comentado deste ano. A NASA havia anunciado que, de acordo com sua órbita, poderia retornar ao interior do Sistema Solar dentro de 80 mil anos.
Na verdade, porém, parece que este cometa nunca regressa à nossa vizinhança cósmica. É claro que para nós acaba sendo a mesma coisa – a não ser que a imortalidade humana tão almejada pelos bilionários já tenha sido alcançada (entenda aqui).
Em um declaraçãoa agência espacial norte-americana explica que “as órbitas dos cometas são continuamente revisadas à medida que novos dados observacionais se tornam disponíveis”.
Por enquanto, as estimativas de visibilidade para o cometa C/2023 A3 são as seguintes:
20 a 31 de outubro:
- Magnitude: entre 1,9 e 3,9.
- Posição: Movendo-se pela constelação de Ophiuchus, relativamente alta no céu do sudoeste.
- Visibilidade: requer binóculos ou telescópios para melhor observação.
- Fenômeno adicional: a cauda do cometa pode crescer rapidamente durante este período.
Novembro:
- Magnitude: entre 4 e 8.
- Visibilidade: ainda visível à noite, especialmente no Hemisfério Norte, onde será mais alta após o pôr do sol.
Dezembro:
- Magnitude: entre 8 e 10.
- Posição: aproximando-se do Sol, ficando mais baixo no horizonte.
- Visibilidade: restrita ao Hemisfério Norte, não será visível no Hemisfério Sul.
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