Drones e LiDAR revelam segredos sobre antiga Rota da Seda

outubro 25, 2024
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Drones e LiDAR revelam segredos sobre antiga Rota da Seda


A Rota da Seda ajudou a formar o mundo que conhecemos hoje. Apesar do seu nome ser singular, existiam, de facto, diversas rotas comerciais que ligavam o Ocidente ao Oriente – e vice-versa.

E, apesar do nome “seda”, outras mercadorias também eram transportadas por estas rotas (embora o tecido fosse o principal, originário da China e com destino à Europa).

Os historiadores afirmam que pode ser considerada a maior rede comercial do mundo na Antiguidade e na Idade Média. Grandes civilizações como o Antigo Egito, a Mesopotâmia, a Pérsia e até Roma aproveitaram essas rotas, por onde passavam comerciantes, religiosos, soldados e aventureiros.

Inicialmente, as rotas eram percorridas apenas por meios terrestres. Com o passar do tempo, porém, os navios começaram a ocupar o centro das atenções, forçando alguns dos antigos caminhos ao esquecimento.

Além das rotas, também desapareceram cidades que se formaram no entorno, principalmente aquelas que ficavam em regiões de difícil acesso, como as montanhas.

Um estudo recentemente publicado em Natureza tenta recontar a história de alguns deles. Tugunbulak e Tashbulak estavam localizados nas montanhas do leste do Uzbequistão, a uma altura de aproximadamente 2.200 metros acima do nível do mar.

Grandes centros urbanos

  • O trabalho foi conduzido por arqueólogos e historiadores da Universidade de Washington (EUA) e do Centro Nacional de Arqueologia do Uzbequistão;
  • Eles descobriram vestígios do que teria sido uma cidade montanhosa em 2011 e 2015;
  • O estudo, porém, só agora foi concluído graças às novas tecnologias;
  • Usando um drone e um sensor LiDAR, os pesquisadores conseguiram projetar alguns edifícios – e perceberam que as cidades eram muito maiores do que imaginavam;
  • Tugunbulak, por exemplo, cobria uma área de 120 hectares;
  • Isto pode parecer pequeno para os padrões de hoje, mas era extremamente grande para a época;
  • Os dados LiDAR foram reunidos em modelos 3D das duas cidades, mas os autores não conseguiram identificar exatamente o que era cada edifício (isto exigiria mais escavações);
  • Analisando também o terreno, descobriram que as cidades estão localizadas próximas a ricos veios de minério de ferro;
  • O professor Michael Frachetti, da Universidade de Washington, acredita que a economia local se baseava nesse metal – além, claro, do comércio.
Projeções mostram que a cidade no meio da montanha era bastante grande para os padrões da época (Imagem: Reprodução/Universidade de Washington)

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Difícil de viver – e de pesquisar

Drone e sensor LiDAR projetaram alguns prédios, mostrando que as cidades eram muito maiores do que se imaginava (Imagem: Reprodução/Universidade de Washington)

Esta foto tirada por um drone mostra como é hoje o local onde era uma das cidades. Bom, não parece muito convidativo para morar. É isolado e não tem fonte de água doce próxima, por exemplo.

Mas mesmo assim as pessoas conseguiram transformar este terreno num próspero centro urbano. O que mostra como o ser humano se adapta bem a diferentes situações. Ainda mais quando há dinheiro em jogo.

De acordo com o Ciência IFLa equipe espera agora encontrar novos vestígios de cidades montanhosas em toda a região, seguindo a antiga Rota da Seda. A missão, porém, não será das mais fáceis. Isso ocorre porque os drones são restritos no Uzbequistão – o governo de lá tende a adotar regras muito rígidas.

Os cientistas obtiveram permissão para realizar este primeiro trabalho. Eles agora querem ampliar a área de alcance, sob o argumento de que a pesquisa irá restaurar parte da história do Uzbequistão.





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