Este ano, dois cometas disputaram o título de “mais brilhantes do século”. O primeiro, C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), garantiu, no máximo, a liderança da década. A outra, designada C/2024 S1 (ATLAS), além de não corresponder às expectativas de luminosidade, acaba de ser “engolida” pelo Sol, desaparecendo para sempre.
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather. como objeto derreteu nesta segunda-feira (28), durante o chamado periélio (ponto mais próximo do Sol), quando foi devorado pelo brilho do Sol ao passar a pouco mais de meio milhão de km da estrela.
Coronógrafos a bordo do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) – uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) – registaram os momentos finais do cometa. No filme, um disco opaco cobre o Sol, bloqueando sua luz para produzir um eclipse artificial. Isso permitiu que as câmeras digitais da sonda vissem o objeto tão próximo da superfície solar.
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Tudo indica que, há quase mil anos, um enorme cometa se fragmentou em inúmeros pedaços de tamanhos variados. É provável que estes fragmentos se tenham partido repetidamente à medida que orbitavam o Sol, resultando em ciclos que variam entre aproximadamente 500 e 800 anos.
Cada uma dessas peças parece oscilar extremamente perto da estrela, aproximando-se a menos de um milhão e meio de km de distância. O cometa ATLAS seria um desses fragmentos, que chegou esta manhã a apenas 548.800 km da estrela. A uma distância tão curta, o objeto foi submetido a temperaturas extremas e forças gravitacionais intensas, o que poderia resultar na sua destruição total – o que, de fato, aconteceu.
Descoberto em 27 de setembro no Havaí pelo projeto ATLAS (Asteroid Earth Impact Last Alert System), o objeto foi inicialmente identificado como “A11bP7I”. Após observações adicionais, foi confirmado como membro da família Kreutz de cometas rasantes, em homenagem ao astrônomo alemão Heinrich Kreutz, o primeiro a demonstrar uma relação entre eles.
Isto gerou grande expectativa, já que se sabe que alguns cometas deste grupo desenvolvem impressionantes caudas luminosas após passarem pelo ponto mais próximo do Sol. Infelizmente, porém, este não foi o caso desta vez, pois o C/2024 S1 (ATLAS) não sobreviveu a este encontro.
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