Nova espécie de tardígrado pode melhorar tratamento de câncer

novembro 1, 2024
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Nova espécie de tardígrado pode melhorar tratamento de câncer


Os pesquisadores descobriram uma nova espécie de tardígrado capaz de fornecer informações sobre os mecanismos de resistência à radiação. O animal intriga a ciência e é conhecido pela sua resiliência a ambientes extremos.

A análise do espécime não apenas deu novas pistas sobre como esses seres funcionam, mas também poderia ajudar os humanos a sobreviver melhor em condições adversas, como no espaço e em situações de radiação, como a radioterapia.

Descoberta de novas espécies de tardígrado pode ajudar o homem (Foto: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

Novas espécies de tardígrados deram novos insights sobre a resistência à radiação

Os tardígrados são pequenos animais capazes de resistir a condições extremas, como falta de água, oxigênio e níveis de radiação 1.000 vezes maiores que os humanos.

Existem cerca de 1.500 espécies conhecidas – e uma nova acaba de entrar na lista. Veja como foi a descoberta:

  • Seis anos atrás, o biólogo molecular Lingqiang Zhang e seus colegas estavam na montanha Funiu, na China, coletando amostras de musgo;
  • Quando retornaram ao laboratório para analisar as amostras, encontraram uma espécie de tardígrado até então não documentada, que deram o nome de Hypsibius henanensis;
  • Ao sequenciar o genoma do espécime, descobriram que a espécie possuía 14.701 genes, sendo 30% exclusivos dos tardígrados;
  • Para testar os mecanismos de resiliência do H. henanensissubmeteram o animal a doses de radiação de 200 e 2 mil greys, muito além do que os humanos poderiam suportar.
A espécie foi nomeada Hypsibius henanensis (Imagem: Ciência/Reprodução)

O que a pesquisa descobriu sobre os tardígrados

Os testes revelaram insights sobre os mecanismos de sobrevivência à radiação dos tardígrados, incluindo um sistema de defesa que protege o DNA de uma eventual quebra.

Isso porque, quando os animais foram expostos à radiação, foram ativados 2.801 genes envolvidos no reparo do DNA, na divisão celular e na resposta imunológica. Um deles é chamado TRID1 e codifica uma proteína que repara quebras no DNA. Outro, o gene DODA1, permite que os animais produzam quatro tipos de pigmentos antioxidantes chamados betalaínas, que absorvem substâncias químicas nocivas no corpo.

Os pesquisadores também realizaram outro teste: trataram células humanas com uma das betalaínas do tardígrado. O resultado mostrou que eles sobreviveram melhor à radiação do que as células não tratadas.

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A resiliência tardígrada pode ajudar os humanos

Os mecanismos de resiliência dos tardígrados a condições extremas podem trazer benefícios para os humanos. Segundo Zhang, coautor do estudo publicado na revista Ciênciaa nova espécie pode ajudar a melhorar a intolerância das células humanas em situações de radiação, como a radioterapia. Isto, por sua vez, poderia melhorar a resposta aos tratamentos contra o câncer.

O conhecimento também poderá contribuir para proteger os astronautas da radiação no espaço, melhorando as missões espaciais (e possivelmente permitindo-lhes ir mais longe).

De acordo com a revista Naturezaoutra aplicação é na indústria farmacêutica e de saúde: os mecanismos de sobrevivência podem melhorar o prazo de validade de substâncias frágeis, como vacinas e medicamentos.





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