Os vikings eram frequentemente descritos como guerreiros brutais e violentos. Ao longo dos anos, vários estudos confirmaram que estes povos nórdicos tinham grandes capacidades de navegação e que estabeleceram rotas comerciais em locais muito distantes, chegando mesmo à América do Norte (muito antes de Cristóvão Colombo e outros navegadores).
No entanto, continua uma discussão: eles eram realmente tão violentos? Ou era apenas uma característica comum à época em que viveram?
Imagem criada foi resultado de relatos de vítimas nórdicas
A Era Viking durou cerca de 790 anos, aproximadamente entre 793 e 1066, coincidindo com a Idade Média Europeia, uma época muito violenta para a humanidade. Nesse período, as guerras eram travadas o tempo todo, as invasões eram comuns e a escravidão era quase uma regra.
Segundo o professor de história medieval e pré-moderna da Universidade de Denver, nos EUA, os vikings eram apenas parte do contexto da época. Com navios rápidos e móveis, eram especialistas em lançar ataques surpresa a partir do mar.
Um dos primeiros ataques desses nórdicos foi a um mosteiro na ilha britânica de Lindisfarne, em 793. Os vikings costumavam atacar esses locais devido às riquezas ali armazenadas e à falta de proteção. E é isso que explica em parte a reputação de agressividade. Como eram inicialmente pagãos e as suas vítimas cristãs, os seus ataques foram descritos como particularmente hediondos.
São cristãos escrevendo e falando sobre o ataque desses ‘pagãos’. Às vezes eles até dizem que é o castigo de Deus por seu próprio povo ter pecado ou não ser bom o suficiente. Algumas das fontes mais negativas na forma como descrevem os vikings como sendo particularmente ferozes ou bárbaros são, na verdade, de um pouco mais tarde, do século XII, algumas centenas de anos após o início do ataque. Então talvez haja um pouco mais de exagero com o tempo que brinca com a imagem que temos até hoje.
Caitlin Ellis, professora de história medieval na Universidade de Oslo
Além disso, discrepâncias nos escritos de algumas fontes lançam dúvidas sobre a sua legitimidade. Por exemplo, um relato do cronista Prudêncio em 834 descreve os vikings destruindo tudo na cidade de Dorestad, localizada na atual Holanda. Mas no ano seguinte, a aldeia ainda estava de pé para que os vikings a “destruíssem” novamente. Outros ataques ocorreram em 836 e 837.
Os investigadores indicam ainda que, se toda esta violência relatada fosse real, seria normal encontrar sinais de valas comuns ou de edifícios completamente queimados. E não é isso que os arqueólogos costumam ver nas regiões citadas. As informações são do site Ciência Viva.
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Os vikings eram vistos como “piratas sem lei”
- A conclusão dos historiadores é que os vikings não foram o único grupo que invadiu e conquistou cidades na Europa medieval.
- Os invasores muçulmanos atacaram frequentemente partes do que hoje são a França, a Suíça e a Itália.
- Os magiares, um grupo da Hungria, invadiram o que hoje é a Baviera.
- E Carlos Magno, rei dos francos, travou uma guerra de décadas contra os saxões que resultou em assassinatos em massa, tomada de reféns e pilhagens no que hoje é a Alemanha.
- A diferença entre esses episódios e os ataques Viking? Quase nenhum.
- Muito provavelmente, como o povo nórdico não fazia parte de um reino tão conhecido no resto da Europa, as suas vítimas os viam como mais imprevisíveis e bárbaros.
- Era quase como se fossem um bando de piratas sem lei.
- Mas, na verdade, já existem evidências suficientes que comprovam que os vikings não foram apenas grandes guerreiros e que deixaram diversos legados para o mundo.
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