humanos estão se adaptando à falta de oxigênio no Tibete

novembro 7, 2024
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humanos estão se adaptando à falta de oxigênio no Tibete


O resultado de um estudo recente comprova, na prática, que o ser humano continua a evoluir. Segundo os investigadores responsáveis ​​pelo trabalho, as comunidades que vivem em grandes altitudes no planalto tibetano estão a adaptar-se aos baixos níveis de oxigénio.

As mulheres tibetanas evoluíram de uma forma que equilibra as necessidades de oxigênio do corpo sem sobrecarregar o coração. Os cientistas dizem que este é um caso de seleção natural em curso.

As mulheres puderam ter mais bebês

  • Durante o trabalho, a equipe coletou dados sobre a história reprodutiva, medidas corporais, amostras de DNA e fatores sociais de 417 mulheres tibetanas com idades entre 46 e 86 anos.
  • Eles viviam entre 3.657 metros e 4.267 metros acima do nível do mar, em Mustang, no Nepal, no extremo sul do planalto tibetano.
  • O objetivo foi entender como os mecanismos de distribuição de oxigênio no organismo influenciaram o número de nascidos vivos.
  • Isto ocorre porque os nascimentos são considerados uma medida fundamental de uma boa adaptação evolutiva.
  • As conclusões foram descritas em um estudo publicado na revista Anais da Academia Nacional de Ciências.
Os tibetanos vivem em áreas de grande altitude (Imagem: Storm Is Me/Shutterstock)

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Após anos de análise, os pesquisadores descobriram que as mulheres que tiveram mais filhos tinham um conjunto único de características sanguíneas e cardíacas, que ajudam seus corpos a distribuir oxigênio. Estas mulheres têm maior probabilidade de ter mais bebés e de sobreviver até à idade adulta e transmitir estas características à geração seguinte.

O estudo aponta que as mulheres que deram à luz mais filhos vivos apresentavam níveis médios de hemoglobina, mas o nível de saturação de oxigênio era elevado. Isso significa que suas células recebem oxigênio de forma mais eficiente e sem aumentar a viscosidade do sangue (quanto “mais espesso” o sangue, maior será o esforço do coração).

Mulher idosa nepalesa tecendo algodão na região do Tibete (Imagem: Keshav Dulal/Shutterstock)

Os corações dessas mães ainda tinham ventrículos esquerdos maiores que a média. Esta é a câmara do coração responsável por bombear sangue oxigenado para o corpo. Levando tudo isso em consideração, esses mecanismos aumentam o transporte e a entrega de oxigênio e tornam o corpo humano mais capaz de aproveitar o ar que respira.

Por fim, os cientistas identificaram que as populações daquela região possuem uma variante única do gene EPAS1, que regula as proteínas do sangue. Isto teria se originado com os hominídeos denisovanos, que viveram na Sibéria há cerca de 50 mil anos e cujos descendentes migraram posteriormente para o planalto tibetano. Juntamente com outras características, como aumento do fluxo sanguíneo pulmonar e ventrículos mais largos, permitiram maior sucesso reprodutivo e adaptativo.





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