Primeira fêmea de furão clonada do mundo acaba de ter filhotes

A ovelha Dolly foi o primeiro clone de um mamífero da história. O ano era 1996 e lembro exatamente como recebi a notícia. Foi numa noite de domingo, assistindo ao Fantásticoda TV Globo.

O mundo ficou impressionado com esse avanço científico. Antes, a clonagem era um assunto distante, algo que se via no cinema ou na literatura. Na cabeça do pequeno Bob, que na época tinha apenas sete anos, era o início de uma nova era – e, em poucos anos, a ciência estaria clonando humanos.

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Bem, como você sabe, isso não aconteceu. Dolly viveu apenas seis anos e não há registro oficial de nenhum clone humano vivendo entre nós. Esse tipo de tecnologia, porém, evoluiu muito nas últimas décadas e, hoje, existem até empresas especializadas nesse tipo de serviço.

Governos e laboratórios também se dedicam ao assunto. E os Estados Unidos acabam de anunciar um novo avanço na área: a primeira fêmea de furão clonada do mundo acaba de ter filhotes!

Em declaraçãoo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA anunciou que Antonia, uma fêmea de furão de pés pretos (Mustela nigripes), deu à luz duas pequenas criaturas. Os bebês nasceram no Smithsonian National Zoo and Conservation Biology Institute (NZCBI), na Virgínia.

Ah, e eles são realmente fofos!

Conservação de espécies

• A comunidade científica comemorou o feito por um motivo em especial: o furão-de-pés-pretos é uma espécie em extinção.
• A experiência inédita nos EUA representa, portanto, um passo importante na luta pela conservação dos animais.
• O experimento demonstrou que a clonagem poderia ser uma forma de evitar que espécies ameaçadas desapareçam do planeta.
• Antonia conseguiu produzir três filhotes, mas um morreu logo após nascer.
• Restam dois, uma mulher e um homem, e ambos são saudáveis.
• O Instituto Nacional de Biologia da Conservação não tem planos de libertar mães e filhotes na natureza.
• Eles deverão continuar morando no local para monitoramento e estudos.
• Paralelamente a isso, pesquisadores trabalham para conservar o habitat dessas espécies.
• Mais tarde, eles irão reinserir os furões de pés pretos na natureza.

Clonagem de animais de estimação

Embora os especialistas aplaudam esta tentativa de conservar as espécies através da clonagem, muitos deles criticam o mesmo procedimento quando é usado para “ressuscitar” animais de estimação.

Como mencionei no início do texto, existem empresas especializadas nessa técnica – e muitos ricos já adotaram a prática.

E digo rico, porque o serviço é extremamente caro. O ViaGenpor exemplo, oferece clonagem de cães por US$ 50 mil (cerca de R$ 288 mil). Este é o mesmo valor para clonagem de gatos. Para cavalos, o valor sobe para US$ 85 mil (quase R$ 490 mil).

A empresa afirma ter entregue “centenas” de clones de animais de estimação desde 2015. Afirma ainda que “está comprometida com a saúde e o bem-estar de todos os animais com quem trabalha”. E conclui que respeita e cumpre todas as regras e regulamentos do governo dos EUA.

As organizações de proteção animal, por sua vez, criticam os procedimentos. Eles afirmam que esta indústria tem uma elevada taxa de insucesso: apenas cerca de 20% conseguem. Ou seja, muitos filhotes morrem ou nascem com doenças graves.

Isso significa que vários “substitutos” são necessários para permitir múltiplas tentativas. Além disso, estas ONGs destacam que muitas pessoas que procuram este serviço procuram algo impossível, que é ressuscitar o seu melhor amigo.

A cópia do animal de estimação pode até ser geneticamente idêntica, mas nunca será o mesmo animal. Você não pode clonar comportamento ou personalidade. Nem replicar exatamente todas as experiências de vida de uma pessoa.

Em outras palavras, os clientes devem estar prontos para amar outro gato. Ou outro cachorro. Partindo desse princípio, essas entidades defendem que, em vez de gastar uma fortuna com clonagem, essas pessoas deveriam adotar novos animais de estimação. Eu compartilho esta opinião.