Modelo de IA promete acabar com as turbulências em voos

Tem gente que gosta e odeia voar. A única unanimidade entre estes dois grupos é que ninguém quer passar por turbulências.

Quem já passou por um dos fortes sabe do que estou falando: avião balançando todo, bagagens caindo, passageiros no corredor se chocando contra os assentos. Há registros de pessoas que morreram em situações como essa – por isso os comissários pedem para colocar o cinto de segurança.

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A turbulência ocorre devido a mudanças na pressão do ar. Numa tempestade, por exemplo. Mas também em condições de céu limpo – quando uma corrente de vento de 160 km/h atinge a aeronave.

Os pilotos ainda recebem boletins meteorológicos e avisos de outros colegas para evitar regiões instáveis. Esse sistema, porém, está longe de ser o mais preciso do mundo (principalmente considerando as rotas de milhares de quilômetros que os aviões percorrem).

Uma alternativa para evitar esse tipo de problema foi publicada recentemente na revista Robótica NPJ. Um grupo de cientistas está trabalhando em um modelo que mistura Inteligência Artificial e elementos da natureza para superar turbulências.

IA de pássaros

• Os pesquisadores se inspiraram nos pássaros para desenvolver o sistema.
• As aves têm uma capacidade natural de sentir as mudanças ao seu redor, adaptando-se rapidamente a elas para manter um vôo suave.
• Como o avião não possui esse instinto, os cientistas criaram um modelo de Inteligência Artificial para ajudar nessas leituras.
• Batizado de FALCON (Fourier Adaptive Learning and Control), ele utiliza uma espécie de aprendizado por reforço em tempo real.
• Os pesquisadores descobriram que representar digitalmente as condições do vento fornece um meio eficaz de modelar a turbulência, já que o fluxo de ar e seus efeitos seguem naturalmente um padrão de onda.
• Esta IA seria capaz de adaptar a velocidade, o ângulo, o aerofólio e as asas aerodinâmicas para mitigar mudanças repentinas de pressão.
• Os primeiros testes realizados em túnel de vento no Caltech, Instituto de Tecnologia da Califórnia, foram bem-sucedidos.
• Os experimentos, porém, foram realizados apenas com veículos pequenos – e ainda não com aeronaves de grande porte.
• Além disso, as “cobaias” demoraram cerca de 9 minutos para se adaptarem às condições de turbulência.
• Os cientistas trabalham agora em dois pontos principais: reduzir esse tempo de aprendizagem e levar a tecnologia para aeronaves comerciais.
• Eles não estabelecem um prazo para que isso aconteça.

O que fazer em caso de turbulência

Até que essa tecnologia chegue e os alertas meteorológicos não sejam aprimorados, a dica de ouro para lidar com a turbulência é: não invente coisas e obedeça sempre aos comandos da equipe da aeronave. Pilotos e comissários de bordo são profissionais altamente capacitados para esse tipo de situação.

Mantenha o cinto de segurança apertado, mesmo sem o aviso aparecer, e evite andar pelos corredores com malas ou objetos pesados.

Além disso, alguns especialistas dizem que a turbulência é pior na parte traseira da aeronave. Então, há passageiros que preferem comprar os bancos dianteiros.

Além disso, avise a tripulação se você tiver algum transtorno de ansiedade – eles irão ajudá-lo em caso de turbulência mais grave.

As informações são de Ciência Viva.