Inteligência Artificial pode reduzir o cérebro humano

novembro 21, 2024
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Inteligência Artificial pode reduzir o cérebro humano


Com o avanço e o refinamento da Inteligência Artificial (IA), amplia-se o debate sobre como essa tecnologia, cada vez mais presente em nosso dia a dia, pode influenciar a evolução humana.

Em um artigo a ser publicado na edição de dezembro da revista científica A Revisão Trimestral de BiologiaO biólogo evolucionista Rob Brooks, da Universidade de Chicago (EUA), analisa possíveis implicações evolutivas das interações entre humanos e IA.

O biólogo evolucionista dos EUA diz que a IA encolherá o cérebro humano com o tempo. Crédito: Adisak Riwkratok – Shutterstock

O que você vai ler aqui:

  • Um novo estudo explora como a interação entre humanos e IA poderia impactar a evolução humana;
  • Essas conexões são comparadas às relações observadas na natureza, como predadores e presas ou hospedeiros e parasitas, afetando o comportamento e a fisiologia;
  • A pesquisa diz que a IA pode acelerar tendências evolutivas, como a diminuição do tamanho do cérebro e mudanças nos traços de personalidade.

Inteligência Artificial: predadora ou parasita do ser humano?

O pesquisador sugere que essas interações podem ser compreendidas a partir das relações bióticas observadas na natureza, como as que ocorrem entre predadores e presas ou hospedeiros e parasitas.

Este paralelo ajuda a explorar como as tecnologias inteligentes podem influenciar os padrões comportamentais e fisiológicos das pessoas.

No artigo, Brooks também aborda como a Inteligência Artificial impacta áreas fundamentais da vida humana, como relacionamentos pessoais, amizades virtuais e sistemas de justiça criminal. Ferramentas como aplicativos de namoro, por exemplo, podem alterar a dinâmica da escolha do parceiro, afetando o comportamento e os padrões de reprodução.

O uso de aplicativos de namoro, recursos equipados com IA, pode alterar a dinâmica de escolha de parceiros, impactando comportamentos e padrões de reprodução. Crédito: Tero Vesalainen – Shutterstock

Leia mais:

O cérebro encolhe e a dependência tecnológica cresce

Segundo a pesquisa, a interação humano-IA pode acelerar tendências evolutivas existentes, como redução do tamanho do cérebro, mudanças nos traços de personalidade e maior propensão para transtornos de humor. Estes efeitos estariam ligados ao aumento da dependência tecnológica e à forma como a atenção e as relações sociais são moldadas pelos algoritmos.

O estudo também explora a possibilidade de a IA afetar a construção da intimidade e a competição por parceiros, elementos que historicamente desempenharam papéis cruciais na evolução do comportamento social humano.

Embora as mudanças possam parecer sutis, Brooks argumenta que seus efeitos cumulativos podem impactar as frequências genéticas e os padrões de herança ao longo do tempo.

O autor destaca que os efeitos imediatos dessas interações na vida e no bem-estar são mais evidentes do que suas consequências evolutivas. Ele enfatiza ainda a dificuldade de prever a direção da evolução humana num mundo em rápida mudança tecnológica.

“A evolução é imprevisível mesmo em condições controladas, ainda mais num cenário moldado pela IA”, conclui Brooks, reforçando a complexidade de antecipar os desenvolvimentos desta nova era.





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