Pesquisa publicada este mês na revista Meteorítica e Ciência Planetária revela que uma amostra do asteroide Ryugu, trazida à Terra pela missão japonesa Hayabusa 2, foi rapidamente colonizada por bactérias terrestres ao chegar ao planeta. A descoberta destaca a incrível capacidade destes microrganismos de se adaptarem e proliferarem em materiais extraterrestres, mesmo em condições inicialmente adversas.
Lançada em 2014 pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA), a espaçonave Hayabusa 2 pousou no asteroide estimado em 900 metros em 2018 para coletar amostras. Em dezembro de 2020, a cápsula contendo o material foi entregue à Terra, e parte dela foi analisada por uma equipe liderada pelo doutor em Ciências Geológicas Matthew Genge, professor sênior do Imperial College London.
Os pesquisadores identificaram estruturas e filamentos em forma de bastonete na superfície da rocha, características típicas de microrganismos filamentosos. O tipo exato de bactéria, entretanto, não foi identificado. “Provavelmente eram bactérias como Bacillus, que são microrganismos filamentosos muito comuns, principalmente no solo e nas rochas”, disse Genge em entrevista ao site. Space. com.
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Antes de manusear a amostra, a equipe realizou uma tomografia computadorizada de raios X e não encontrou sinais de vida. No entanto, uma semana após a exposição à atmosfera terrestre, 11 microrganismos foram detectados na superfície da rocha. Em poucos dias, esse número aumentou para 147, confirmando que micróbios se instalaram no material após a sua chegada ao planeta.
Ou seja: apesar das expectativas sobre a possibilidade de vida extraterrestre, a análise concluiu que os microrganismos eram daqui. Segundo Genge, a colonização ocorreu somente após a exposição da rocha ao ambiente terrestre, o que afasta a hipótese de que micróbios estivessem presentes no asteroide no momento da coleta.
A equipe destaca que os microrganismos terrestres possuem alta capacidade de sobrevivência e adaptação em materiais extraterrestres, o que levanta preocupações sobre a contaminação de ambientes espaciais por missões exploratórias. Em planetas como Marte, onde a busca por vida é uma prioridade científica, os compostos orgânicos locais poderiam servir de base para a proliferação de organismos retirados da Terra.
Embora as agências espaciais sigam protocolos rigorosos de proteção planetária para reduzir estes riscos, Genge alerta que a contaminação ainda representa um desafio significativo. Ele enfatiza a importância de avaliar cuidadosamente amostras futuras trazidas à Terra antes de interpretar sinais de vida como evidência de origem extraterrestre. “Mesmo com todos os cuidados, a contaminação terrestre é sempre uma possibilidade.”
A equipe continua analisando outras amostras do asteroide Ryugu, com a expectativa de que os próximos exemplares estejam livres de contaminação para fornecer dados mais confiáveis sobre ele.
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