Quais são as serpentes mais peçonhentas do Brasil e onde elas vivem?

dezembro 8, 2024
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Quais são as serpentes mais peçonhentas do Brasil e onde elas vivem?


As cobras são répteis que formam um grupo com mais de 4000 espécies espalhadas pelo mundo! São animais de corpo alongado e sem membros, e cerca de ¼ das espécies são peçonhentas, ou seja, são animais que possuem estruturas especializadas, como presas, para injetar veneno ativamente na vítima.

Os animais peçonhentos diferem dos peçonhentos: enquanto os animais peçonhentos apresentam substâncias tóxicas quando ingeridos ou manuseados (como algumas espécies de sapos), os animais peçonhentos são capazes de injetar veneno diretamente através de ferrões, presas ou outros mecanismos especializados (como cobras, escorpiões e aranhas). ).

O Brasil é o lar de uma vasta diversidade de cobras, incluindo espécies venenosas e não venenosas. Entre as perigosas cobras brasileiras, quatro se destacam: corais, jararacas, surucucus e cascavéis!

Outro método mais complexo de identificação de cobras venenosas é a análise de sua dentição, que é dividida em quatro tipos. Imagem: Maria Dryfhout/Shutterstock

Cada uma dessas cobras possui características biológicas e ecológicas distintas, além de venenos com composições químicas específicas que influenciam diretamente na sua periculosidade e no tipo de tratamento necessário em incidentes envolvendo seres humanos.

Os principais grupos de cobras incluem: Pythonidaeque abrange pítons; Boidaeonde estão as jibóias; Viperídeosque inclui víboras; Elapidaeque reúne najas, corais verdadeiros, cobras marinhas e mambas negras; e, finalmente, Colubridaea maior família, que inclui falsos corais, que não são venenosos.

Quais são as maneiras de identificar cobras venenosas?

Algumas características permitem diferenciar as espécies desses grupos de cobras. Uma das principais é a presença de fossetas labiais ou fossas loreais, estruturas sensoriais que detectam variações de temperatura. As covas labiais são vários orifícios ao longo dos lábios, enquanto as loreales aparecem isoladas, uma de cada lado da cabeça, entre o olho e a narina.

Esses órgãos estão presentes apenas em cobras venenosas, embora nem todas as espécies venenosas os possuam. Assim, quando uma cobra apresenta um buraco entre o olho e a narina em ambos os lados da cabeça, como as jararacas, cascavéis e surucucus, há indício de veneno. Contudo, esta característica não é exclusiva; por exemplo, os corais verdadeiros não possuem fossas loreais.

Boa constritora com dentes aglíficos
Jibóia com dentes afiados (Imagem: Ryan M. Bolton/Shutterstock)

Outro método mais complexo de identificação de cobras venenosas é a análise de sua dentição, que se divide em quatro tipos:

  • Áglifa: com dentes de tamanho e formato semelhantes, como nas boas;
  • Opistóglifo: com presa maior que os demais dentes para inoculação do veneno posicionado no fundo da boca, como ocorre nos corais verdadeiros;
  • Proteróglifo: em que a presa maior está localizada na parte frontal da boca;
  • Solenóglifo: um tipo de cobra venenosa muito característico, com um par de presas grandes e retráteis, únicas na mandíbula, como as jararacas.

Quais são as cobras mais venenosas do Brasil?

Jararacas

Jararacas (gênero Bothrops) habitam áreas de florestas, campos e até áreas urbanas em quase todo o Brasil, com maior concentração no Sudeste e Sul. Apresentam cor que varia do verde oliva ao marrom, com manchas em zigue-zague no corpo.

Seu veneno possui ação proteolítica e coagulante, causando necrose, hemorragias e inchaço intenso nos locais da picada. A potência do veneno é alta, sendo responsável pela maioria dos acidentes ofídicos no país, principalmente pela proximidade das jararacas com áreas habitadas e seu temperamento mais “estressado”.

Jararaca com dentes solenoglíficos
Jararaca com dentes solenoglíficos (Imagem: Rafael Martos Martins/Shutterstock)

Surucucus

Também conhecido como pico-de-jaca, surucucu (Lachesis muta) é a maior cobra venenosa das Américas, atingindo mais de 3 metros de comprimento. Vive em regiões de floresta tropical, principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, e seu status varia de vulnerável a em risco de extinção, dependendo do estado. Possui corpo robusto com escamas ásperas e padrão de cores em forma de diamantes pretos e marrons.

Seu veneno tem ação neurotóxica e hemorrágica, causando sintomas como dor, inchaço e necrose, além de efeitos sistêmicos menos intensos que outras cobras, mas ainda assim perigosos devido ao tamanho da cobra.

Surucucu com fosseta loreal visível.
Surucucu com fosseta loreal visível (Imagem: reptiles4all/Shutterstock)

Como esses animais preferem ambientes mais úmidos e isolados, os acidentes são mais raros, mas quando ocorrem podem ser graves e em áreas remotas, dificultando o acesso ao tratamento.

Cascavéis

Cascavéis (gênero Crotalus) são encontrados principalmente em áreas secas, como o Cerrado e a Caatinga, mas também em regiões de campo e floresta. Eles são reconhecíveis pelo chocalho na cauda e pela cor marrom-amarelada com padrões de diamante.

Cascavel
Cascavel (Imagem: Clint H/Shutterstock)

Seu veneno é um dos menos potentes entre as cobras brasileiras aqui citadas, porém, continua extremamente perigoso, tendo ação neurotóxica e miotóxica, causando paralisia muscular e insuficiência respiratória, além de efeitos coagulantes. Os acidentes com cascavéis, embora menos comuns do que com víboras, tendem a ser graves devido aos sintomas neurológicos.

Coral Verdadeiro

Corais verdadeiros (gênero Micrurus) habitam áreas florestais, campos e áreas de transição, como o Cerrado, em diversas partes do Brasil. Possuem um padrão de cores característico, com anéis vermelhos, pretos e brancos ou amarelos, porém esse padrão varia muito e muitas vezes são confundidos com falsos corais, que não são perigosos.

Cobra coral verdadeira
True Coral (Imagem: Ryan M. Bolton/Shutterstock)

Seu veneno é o mais potente entre as cobras citadas, porém, seu comportamento recluso e mais “assustado” reduz a frequência de acidentes, geralmente ocorrendo quando as cobras são manuseadas diretamente.

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O que é antiveneno para picada de cobra?

O soro antiveneno é usado para tratar picadas de cobras venenosas. É produzido a partir da coleta de veneno de cobra, injetado em pequenas doses em animais de grande porte, geralmente cavalos, para desenvolver agentes de defesa contra o veneno.

Após um período de imunização, o sangue dos animais é coletado e os anticorpos são extraídos e purificados para compor o soro. Cada tipo de soro é específico para as proteínas e toxinas dos venenos de certas espécies, o que significa que existem soros diferentes para cobras diferentes.

soro antiveneno
O Instituto Butantan, localizado em São Paulo, é uma das principais instituições responsáveis ​​pela produção de soro antiveneno no Brasil. Imagem: indústria química/Shutterstock

Para as principais cobras peçonhentas do Brasil, existem soros específicos: o soro para picadas de jararaca e cascavel é conhecido como soro antibotrópico (pentavalente) e anticrotálico. O soro para o coral verdadeiro é diferente, sendo denominado soro antielapídico, devido à diferente composição do veneno desta cobra. E por fim, para o surucucus, existe o agente antibotrópico-laquético.

O Instituto Butantan, localizado em São Paulo, é uma das principais instituições responsáveis ​​pela produção de soro antiveneno no Brasil. Além de produzir e distribuir soros para hospitais públicos e privados, o Butantan também realiza pesquisas e desenvolve novas tecnologias para o tratamento de acidentes ofídicos, contribuindo significativamente para a saúde pública do país. O instituto também possui um site onde você pode encontrar diversas informações essenciais para entender mais sobre o assunto!

O que você deve fazer se for picado por uma cobra?

Em caso de picada, é fundamental manter a calma e procurar atendimento médico imediatamente. Para facilitar a identificação da espécie e o tratamento adequado, é recomendado anotar as características visíveis da cobra, como coloração e padrões, ou tirar foto – além de evitar manuseio e tentativas de captura.

O diagnóstico preciso é essencial para administrar o antiveneno correto, aumentando as chances de recuperação e reduzindo o risco de complicações.





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