Enquanto na Terra dias quentes e ensolarados geralmente são motivo de comemoração, em Marte eles pode anunciar problemas. Lá, períodos de aquecimento intenso geralmente precedem tempestades de poeira.
Embora sejam um fenômeno fascinante, as tempestades de poeira representam desafios significativos para missões espaciais a Marte. Esses eventos, que começam de forma localizada, pode crescer a ponto de engolir todo o planetaobscurecendo grandes formações geológicas e dificultando operações robóticas.
Como a atmosfera marciana é muito mais fina que a da Terra, os ventos não são tão fortes, mas a poeira fina suspensa pode causar danos graves. Um exemplo emblemático foi o rover Opportunity da NASA, que perdeu energia solar durante uma tempestade generalizada e nunca foi reativado. A sonda InSight também foi danificada pelo acúmulo de poeira nos painéis de captação de energia, impedindo-a de funcionar.
Tempestades de poeira em Marte se enquadram em três tipos
Para mitigar esses riscos, Os cientistas têm procurado compreender melhor as condições que levam à formação destas tempestades. Heshani Pieris e Paul Hayne, da Universidade do Colorado, analisaram dados obtidos ao longo de oito anos marcianosequivalente a 15 anos na Terra. Eles apresentaram o resultados na terça-feira (10), durante a reunião anual da União Geofísica Americana em Washington, DC
As informações para a pesquisa de Pieris e Hayne foram fornecidas pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA. A espaçonave possui um instrumento que monitora a superfície e a atmosfera marciana em luz visível e infravermelha, avaliando como as mudanças de temperatura afetam o clima do planeta.
Os cientistas classificaram as tempestades de poeira em Marte em três tipos principais: A, B e C. Enquanto as tempestades “A” e “C” têm origem no Hemisfério Norte, seguindo rotas específicas através de áreas como Acidalia Planitia e Utopia Planitia, as tempestades “B” começam no Hemisfério Sul, muitas vezes alimentadas por poeira da bacia de Hellas.

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A análise dos dados revelou que 78% destas tempestades formaram-se após períodos prolongados de dias quentes e ensolarados. Embora as temperaturas médias em Marte sejam extremamente baixas, com mínimas de -60°C, regiões próximas ao equador podem atingir picos de 20°C, criando condições favoráveis para a elevação de poeira.
“Quando a superfície aquece, o ar próximo fica mais leve e sobe, carregando consigo partículas de poeira”, explicou Pieris na apresentação. Com base nessa observação, os pesquisadores desenvolveram um modelo capaz de prever as tempestades “A” e “C” com uma taxa de precisão de 64%. Embora ainda longe de oferecer previsões perfeitas, o estudo representa um avanço significativo e poderá facilitar futuras operações em Marte.
No entanto, muitas questões permanecem sem resposta. Porque é que algumas tempestades de areia permanecem confinadas a pequenas áreas, enquanto outras se tornam eventos globais? E quais fatores desencadeiam essa transição? “Ainda não compreendemos completamente a física básica que rege o início e a intensificação destas tempestades”, disse Hayne.

Missões tripuladas podem ser seriamente comprometidas
A relação entre altas temperaturas e tempestades de areia não é completamente nova. Durante a tempestade global de 2001, por exemplo, o instrumento Mars Global Surveyor, que orbitou Marte entre 1997 e 2006, detectou um desequilíbrio acentuado entre a energia solar absorvida pela superfície e a quantidade irradiada de volta para o espaço. Este desequilíbrio foi mais evidente durante o verão do hemisfério sul, período de maior atividade de tempestades, e forneceu energia adicional para a formação e intensificação de eventos climáticos.
Além do impacto nas missões robóticas, tempestades de poeira levantam preocupações sobre missões tripuladas ao planeta. A poeira fina não apenas adere ao equipamento, mas também pode danificar sistemas vitais. “Essas partículas leves e pegajosas representam um desafio significativo para qualquer missão futura”, diz Pieris.
O desenvolvimento de métodos para proteger equipamentos e prever tempestades com maior precisão será essencial para garantir a segurança dos astronautas e dos equipamentos no hostil ambiente marciano.
À medida que a humanidade avança em direção a Marte, a compreensão dos fenómenos climáticos do planeta torna-se cada vez mais crucial. Com a ajuda de estudos como este, os cientistas esperam garantir que as próximas gerações de exploradores estejam preparadas para enfrentar o ambiente marciano, abrindo caminho para novas descobertas num dos mundos mais intrigantes do Sistema Solar.
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