paradoxo de Hawking finalmente tem solução?

dezembro 17, 2024
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paradoxo de Hawking finalmente tem solução?


Em 1976, Stephen Hawking propôs que os buracos negros não são completamente escuros, emitindo radiação que, com o tempo, pode fazê-los desaparecer. Isto, no entanto, levantou uma questão intrigante: o que acontece à informação que entra no buraco negro?

Novas pesquisas sugerem que esta informação pode “vazar” de maneiras sutis, deixando pistas em ondas gravitacionais.

Resumindo:

  • Os buracos negros emitem radiação, como propôs Stephen Hawking, o que gera o “paradoxo da informação” sobre o destino dos dados por eles consumidos;
  • A teoria da “não localidade quântica” sugere que o interior e o exterior dos buracos negros estão conectados, permitindo que a informação seja preservada no espaço-tempo;
  • Os pesquisadores acreditam que esta informação deixa marcas nas ondas gravitacionais, embora os detectores atuais ainda não consigam identificá-las;
  • As tecnologias futuras poderão confirmar estas flutuações e ajudar a resolver o enigma de quase 50 anos sobre como a informação sobrevive.
Ilustração de uma espaçonave detectando ondulações no espaço-tempo, conhecidas como ondas gravitacionais, à medida que saem de um buraco negro. Crédito da imagem: ESA

Conhecido como “paradoxo da informação” ou “paradoxo do buraco negro”, o problema surge porque, embora a matéria e a informação sejam consumidas pelo buraco negro, a radiação Hawking aparentemente não carrega dados sobre o que foi absorvido. Isto vai contra os princípios fundamentais da física, que afirmam que a informação não pode ser destruída.

Entre as propostas para resolver este mistério está a chamada “não localidade não violenta”. Esta teoria sugere que o interior e o exterior destes objetos extremos estão ligados pela não localidade quântica, um fenómeno no qual partículas correlacionadas partilham estados quânticos, mesmo a grandes distâncias. Albert Einstein descreveu esse efeito como “ação assustadora à distância”.

Se esta hipótese estiver correta, o espaço-tempo em torno de um buraco negro teria perturbações específicas, correlacionadas com informações internas. Assim, mesmo que o monstro cósmico desaparecesse, a informação seria preservada no espaço-tempo.

Conexões de buracos negros quânticos deixam marcas em ondas gravitacionais

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) investigaram essa ideia em um estudo estudo recenteainda não revisado por pares. Eles descobriram que essas conexões quânticas não apenas alteram o espaço-tempo em torno dos buracos negros, mas também deixam marcas nas ondas gravitacionais emitidas durante as fusões dos buracos negros. Essas marcas aparecem como flutuações sutis, sobrepostas ao sinal principal das ondas, mas com características únicas que permitem sua identificação.

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Embora os detectores atuais, como o CHAMAR (sigla em inglês para Laser Interferometer Gravitational Wave Observatory) e o Virgem (sensor de ondas gravitacionais do Centro Nacional de Pesquisa Científica – CNRS – e do Instituto Nacional de Física Nuclear – INFN – na Itália), não são sensíveis o suficiente para confirmar essas assinaturas, os instrumentos da próxima geração podem mudar este cenário.

Com tecnologias mais avançadas será possível verificar se a não-localidade não violenta é realmente uma solução para o paradoxo da informação. O próximo passo é melhorar os modelos teóricos para prever como essas flutuações se manifestam no espaço-tempo. Isto permitirá uma análise mais precisa das ondas gravitacionais e poderá finalmente fornecer respostas a este mistério que intriga a ciência há quase 50 anos.





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