As plantas “falam”? Descubra a comunicação secreta do reino vegetal

dezembro 25, 2024
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As plantas “falam”? Descubra a comunicação secreta do reino vegetal


Quando pensamos em comunicação entre seres vivos, a primeira coisa que nos vem à mente são os diálogos entre humanos ou os sinais emitidos pelos animais. Porém, poucos sabem que as plantas também possuem formas próprias de se comunicar, principalmente em situações de estresse, para sua própria defesa.

Eles podem “conversar” entre si para alertar sobre perigos iminentes, como a presença de herbívoros. Esta sinalização, embora não ocorra através de sons ou gestos, é altamente sofisticada e essencial para a sua sobrevivência.

Qual é o mecanismo de defesa?

A comunicação entre as plantas ocorre principalmente por meio de compostos orgânicos voláteis que elas liberam no meio ambiente e são produzidos em resposta a diversos tipos de estresse.

Quando uma planta detecta que está sob ataque de insetos herbívoros, por exemplo, o dano causado ou o contato com compostos químicos da secreção oral do inseto, resulta na liberação de uma série de compostos específicos, conhecidos como “voláteis induzidos por herbívoros” ( ou HIPVs, sigla em inglês para Voláteis de plantas induzidos por herbívoros).

Esses compostos podem ser: terpenos, alcalóides e compostos fenólicos, bem como voláteis das folhas verdes que são os principais responsáveis ​​pelo “cheiro” da grama recém cortada! Eles são capturados por plantas vizinhas, que conseguem identificar o perigo e ativar seus próprios mecanismos de defesa.

Imagem: BrianAJackson/iStock

Estresse biótico e alertas químicos

No contexto do estresse biótico – que ocorre devido a ataques de organismos vivos, como insetos ou patógenos – as plantas adotam diversas estratégias de defesa. Quando um inseto, como um gafanhoto, começa a mastigar uma folha, a planta afetada envia um “sinal de socorro” na forma de HIPVs.

Esse sinal químico, além de alertar outras plantas próximas, também pode repelir a fêmea do herbívoro, impedindo sua oviposição, ou atrair os predadores e parasitas naturais do inseto. Além disso, as plantas podem distinguir entre espécies de insetos e produzir uma resposta diferente para cada uma delas!

Além dos insetos, patógenos como fungos e bactérias também podem desencadear respostas de defesa das plantas. Quando um fungo entra numa planta – geralmente através de uma lesão existente, através dos estômatos, cutícula ou parede celular – a planta pode responder liberando compostos químicos.

Esses compostos não apenas inibem o crescimento do patógeno, mas também alertam outras plantas próximas sobre a presença desse invasor. Dessa forma, eles conseguem preparar uma resposta mais rápida e forte quando forem atacados.

Íons de cálcio fluorescentes em uma planta de mostarda saudável que absorveu compostos químicos liberados de uma planta ferida. Crédito: Masatsugu Toyota/Universidade Saitama

Raízes que “escutam” e “falam”

A sinalização entre as plantas não ocorre apenas pelas folhas. As raízes podem formar associações simbióticas com fungos que crescem ao seu redor e dentro delas, fornecendo nutrientes essenciais à planta em troca de açúcares.

Além desse vínculo estreito, essas associações se expandem no solo, criando uma rede que permite o compartilhamento de recursos entre plantas vizinhas, chamada de “Wood Wide Web”. Essa rede também facilita a reciclagem de nutrientes de plantas já mortas e, em situações de ataque de herbívoros, compostos químicos são enviados para as raízes, transmitindo o alerta para outras árvores da região.

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Como esse processo ajuda na sustentabilidade?

Um estudo realizado em 2021 investigou uma abordagem sustentável para o manejo de pragas de plantas por meio da exposição a voláteis induzidos por herbívoros (HIPVs). Este método utiliza voláteis produzidos pelas plantas para comunicar e ativar as defesas naturais contra ataques de pragas.

No estudo, plantas de tomateiro foram expostas ao composto volátil (Z)-3-hexenila propanoato, o que reduziu significativamente a suscetibilidade dessas plantas ao ataque de pragas em condições de estufa comercial, sem comprometer a produtividade.

Melhoramento de tomate em estufa
Imagem: Evrymmnt/iStock

A investigação demonstrou que a libertação contínua destes voláteis através de dispensadores pode servir como uma ferramenta sustentável e eficaz para o controlo de pragas, minimizando a necessidade de pesticidas químicos.

Embora não emitam sons audíveis, as plantas têm uma capacidade impressionante de comunicar através de sinais químicos. Essas “conversas” silenciosas ajudam as plantas a lidar com uma variedade de estresses.

O estudo da sinalização de estresse entre plantas continua revelando a complexidade das interações no mundo vegetal, trazendo também inovações que podem beneficiar tanto a produção quanto o meio ambiente.





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