desastres climáticos aumentaram 250% nos últimos 4 anos

dezembro 30, 2024
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desastres climáticos aumentaram 250% nos últimos 4 anos


Uma pesquisa apresentada pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica serve como mais um alerta sobre os efeitos devastadores das mudanças climáticas. Os desastres climáticos no Brasil aumentaram 250% nos últimos quatro anos (de 2020 a 2023), em comparação com os registros da década de 1990.

O trabalho utilizou dados públicos extraídos do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, considerando o período de 1991 a 2023. Também analisou informações sobre a temperatura média do ar e da superfície dos oceanos nos últimos 32 anos, com base em análises da agência europeia Copernicus.

Quase todos os municípios brasileiros já foram afetados

  • Segundo os pesquisadores, para cada aumento de 0,1°C na temperatura média global do ar, ocorreram mais 360 desastres climáticos no Brasil.
  • No oceano, por cada aumento de 0,1°C na temperatura média global da superfície oceânica, foram registados 584 eventos extremos adicionais no país.
  • O levantamento mostra que ocorreram 6.523 desastres climáticos nos municípios brasileiros na década de 1990.
  • No período de 2020 a 2023, esses números subiram para 16.306.
  • No total, ocorreram 64.280 incidentes deste tipo desde 1990, o que representa um aumento, em média, de 100 casos por ano.
  • O estudo também destacou a extensão dos danos: 5.117 municípios brasileiros relataram danos causados ​​por desastres climáticos entre 1991 e 2023, o que representa 92% dos municípios do país.
  • As principais ocorrências foram as secas (50% dos registros), seguidas das enchentes, enchentes e enchentes (27%) e tempestades (19%).
  • A pesquisa completa pode ser conferida clicando aqui.
Seca representa metade dos registros de desastres naturais no Brasil (Imagem: Chakkaphong wanphukdee/Shutterstock)

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A projeção é de aumento ainda maior no número de desastres naturais

O trabalho também analisou as consequências económicas e sociais dos desastres climáticos. Entre 1995 e 2023, as perdas econômicas no Brasil atingiram R$ 547,2 bilhões. Nos primeiros quatro anos da década de 2020, as perdas totalizaram R$ 188,7 bilhões, 80% do total registrado em toda a década anterior (2010-2019) e corresponde a 0,5% do PIB nacional acumulado nos últimos quatro anos.

As projecções baseadas no Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) e a taxa actual de registos de catástrofes mostram que os números poderão aumentar nas próximas décadas. No cenário mais otimista, até o final do século, em que sejam cumpridas as metas do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, o Brasil poderá registrar até 128.604 desastres climáticos entre 2024 e 2050, o dobro como total observado nas últimas três décadas. No cenário mais pessimista, em que o aquecimento do planeta ultrapassa os 4°C, o número de catástrofes poderá atingir quase 600 mil ocorrências até 2100, nove vezes o número registado entre 1991 e 2023.

Rio Grande do Sul sofreu enchentes históricas neste ano (Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Segundo o estudo, mesmo no menor cenário, o Brasil poderá sofrer um impacto de R$ 1,61 trilhão até 2050. Se o cenário pessimista se concretizar, os custos poderão ultrapassar R$ 8,2 trilhões até o final do século, 15 vezes o total observado nas últimas décadas.





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