Quando termina um ano e começa outro? A resposta parece bastante simples: o ponto de viragem acontece à meia-noite do dia 31 de dezembro. É exatamente por isso que comemoramos o Réveillon justamente nesta data.
Porém, para a ciência, isso nada mais é do que uma convenção social. Ou seja, algo inventado e sem base científica. Na verdade, em termos científicos, nada de diferente acontece quando chega o primeiro de janeiro.
As datas foram inventadas
- 31 de dezembro é o último dia do calendário gregoriano, que rege o Ocidente desde que o calendário juliano deixou de ser usado em 1582.
- A virada do ano celebra uma revolução completa da Terra em torno do Sol.
- Porém, a contagem de quando esse ciclo começa e termina pode ocorrer, na prática, a qualquer momento.
- Ou seja, nada acontece no dia 31 de dezembro que diga que é aqui que termina o ano.
- Da mesma forma, o dia 1º de janeiro não indica o início de um novo período.
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Cada ano tem uma duração diferente
Segundo os cientistas, outro ponto precisa ser levado em consideração. Os anos não têm sempre a mesma duração. Embora os astrônomos tenham tentado ao longo dos séculos calcular com precisão o tempo que a Terra leva para orbitar o Sol, há um problema básico que os impede de obter um número definitivo.
É preciso levar em conta que a duração dos anos nunca é a mesma porque tudo muda no Sistema Solar. Vejamos o caso do ano anomalístico: à medida que a Terra gira em torno do Sol, o periélio muda como resultado da ação gravitacional de outros planetas, como Júpiter.
Eduard Larrañaga, astrônomo do Observatório Astronômico Nacional da Universidade Nacional da Colômbia
De acordo com o nosso calendário, a Terra gira em torno do Sol em 365,25 dias. No entanto, existem outras maneiras de medir a duração de um ano. O ano sideralpor exemplo, é o tempo que a Terra leva para girar ao redor do Sol em relação a um sistema de referência fixo. Neste caso, utiliza-se como referência um grupo de estrelas, e esse ano tem duração de 365,25636 dias.
Já o ano trópico leva em consideração a longitude eclíptica do Sol, ou seja, o ângulo do astro no céu em relação ao nosso planeta ao longo do ano, principalmente nos equinócios. Dura um pouco menos que o ano sideral: 365,242189 dias.
Finalmente, o ano anomalístico leva em consideração que a Terra, como os demais planetas, se move em uma elipse. Isso significa que, em algumas ocasiões, o Sol está mais próximo e mais distante do planeta. Mas há um ponto em que ambos estão o mais próximos possível, chamado periélio. E o ano anomalístico é o tempo decorrido entre duas passagens consecutivas da Terra pelo seu periélio, com duração de 365,2596 dias.
A diferença entre todas essas formas de cálculo não é tão grande. Mas imagine isso multiplicado por milhares de anos. Isso significa que o Ano Novo científico aconteceria em data diferente daquela habitualmente celebrada.
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