Andrômeda, nossa galáxia vizinha mais próxima, é o objeto mais distante visível a olho nu no céu noturno. Esta majestosa espiral, também conhecida como M31, tem sido foco de intensos estudos para melhor compreender o Universo e, por extensão, a própria Via Láctea.
O Telescópio Espacial Hubble, uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA), criou um panorama deslumbrante de Andrómeda com 2,5 mil milhões de pixels.
Este mosaico detalhado levou 10 anos e mais de mil órbitas para ser concluído, destacando cerca de 200 milhões de estrelas, todas mais quentes que o Sol. No entanto, esta é apenas uma parte das estrelas de Andrômeda, já que as menores, como as anãs vermelhas, permanecem invisíveis.
A gigantesca imagem foi resultado dos programas PHAT (Hubble Panchromatic Andromeda Hoard) e PHAST (Hubble Southern Andromeda Panchromatic Hoard). Os dados detalhados revelam a presença de estrelas azuis brilhantes, galáxias de fundo, faixas de poeira e até galáxias satélites.
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Andrômeda é como um “espelho” da Via Láctea
Observar Andrômeda é essencial porque ela funciona como um “espelho” da Via Láctea. Ambas são galáxias espirais barradas, e estudar a estrutura e a história da M31 ajuda-nos a compreender melhor a nossa própria galáxia. Por exemplo, examinando a sua taxa de formação estelar, a metalicidade (a presença de elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio) e a distribuição estelar, os cientistas podem traçar paralelos valiosos.
Relatado em artigo publicado na revista científica O Jornal Astrofísicoas últimas descobertas sugerem que Andrômeda está passando por uma transição. Ela combina características de uma galáxia espiral ativa, que ainda forma estrelas, e de uma galáxia elíptica, dominada por estrelas envelhecidas. O disco do sul, em particular, parece estar mais perturbado do que o do norte, indicando uma história de colisões e fusões galácticas.
Uma destas fusões pode ter ocorrido há cerca de dois a três mil milhões de anos, deixando marcas como a Giant Southern Stream, uma corrente de estrelas que parece ser o remanescente desta interação. Além disso, a galáxia anã M32, localizada perto de Andrómeda, pode ser o núcleo remanescente de uma galáxia maior que foi absorvida durante esta fusão.
Embora o Hubble tenha fornecido dados detalhados, o próximo Telescópio Espacial Nancy Grace Roman promete revolucionar o estudo de Andrômeda. Com um campo de visão muito maior e tecnologia avançada, será capaz de capturar informações mais abrangentes sobre estruturas como a Corrente Gigante do Sul, expandindo ainda mais a nossa compreensão da história e evolução da galáxia.
Como vemos, Andrômeda não é apenas uma galáxia vizinha, mas uma janela para o passado, presente e futuro do Universo.
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