Nova forma de magnetismo impulsiona supercondutividade

janeiro 23, 2025
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Nova forma de magnetismo impulsiona supercondutividade


Pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, fizeram uma descoberta inovadora: a confirmação de uma terceira forma de magnetismo, chamada altermagnetismo. Publicado na revista Naturezaessa novidade poderá transformar a criação de dispositivos de memória magnética e impulsionar avanços na busca pela supercondutividade.

Supercondutores são materiais que conduzem eletricidade sem perda de energia. Crédito: SeniMelihat/Shutterstock

O que é magnetismo?

Até então, conhecíamos dois tipos de magnetismo:

  • Ferromagnetismoem que os momentos magnéticos (como pequenas bússolas nos átomos) apontam na mesma direção, permitindo fácil leitura e escrita das informações. Mas há um problema: os dados armazenados podem ser facilmente apagados com um ímã.
  • Antiferromagnetismoem que momentos magnéticos vizinhos apontam em direções opostas, como cores alternadas em um tabuleiro de xadrez. Esses materiais são mais estáveis ​​e rápidos no transporte de informações, mas difíceis de manipular.

Com o altermagnetismo, você tem o melhor dos dois mundos. Neste novo tipo, os momentos magnéticos também apontam em direções opostas, mas com uma ligeira torção na estrutura que lembra propriedades dos ferromagnetos.

Como funciona o altermagnetismo?

Em materiais altermagnéticos, uma propriedade única chamada “quebra de simetria de reversão de tempo” permite comportamentos especiais. Em termos simples, esta propriedade muda a simetria quando a direção do tempo é invertida.

Imagine partículas de gás em movimento: quando você volta no tempo, o comportamento parece o mesmo. Mas no caso de elétrons com spin quântico, a reversão do tempo muda a direção do spin, quebrando a simetria.

Mapeamento do vetor de ordem altermagnética em pesquisas que descobriram uma terceira forma de magnetismo. Crédito: Amin, OJ, Dal Din, A., Golias, E. et al.

Segundo Oliver Amin, líder da equipe, ele explicou ao site Ciência Vivaesta quebra de simetria abre caminho para fenômenos elétricos sem precedentes. “O benefício dos ferromagnetos é que temos uma maneira fácil de ler e escrever na memória usando esses domínios superiores ou inferiores”, disse o coautor do estudo, Alfred Dal Din, um estudante de doutorado. “Mas como esses materiais possuem magnetismo líquido, essa informação também é fácil de perder ao passar um ímã sobre eles.”

Os cientistas analisaram o material telureto de manganês, inicialmente classificado como antiferromagnético. Usando uma técnica avançada chamada microscopia eletrônica de fotoemissão, eles investigaram sua estrutura magnética. Os raios X polarizados revelaram como os momentos magnéticos são organizados no material, permitindo o mapeamento de regiões magnéticas – um feito sem precedentes.

Com base nessa análise, a equipe conseguiu criar dispositivos experimentais utilizando ciclos térmicos para manipular estruturas magnéticas internas. Eles formaram padrões magnéticos complexos, chamados de vórtices, que são promissores para uso em spintrônica, a tecnologia que utiliza o spin dos elétrons para armazenar e transportar dados.

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“Elo perdido” entre magnetismo e supercondutividade

Altermagnets podem permitir dispositivos de memória magnética mais rápidos, resilientes e fáceis de usar. Além disso, eles preenchem uma lacuna na compreensão entre magnetismo e supercondutividade. “Este material pode ser o elo que faltava neste quebra-cabeça”, disse Dal Din.

Esta descoberta marca um passo decisivo em direcção a tecnologias futuras mais eficientes e seguras, com aplicações que vão desde a electrónica a sistemas de transporte de dados e novos materiais supercondutores.



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