Maior inundação da história aconteceu há 5 milhões de anos

janeiro 23, 2025
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Maior inundação da história aconteceu há 5 milhões de anos


Investigadores descobriram evidências de que o Mar Mediterrâneo sofreu uma “mega inundação” que mudou para sempre a paisagem da região

Imagem feita com inteligência artificial. Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E

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A Terra passou por uma série de grandes eventos naturais, muitos dos quais desconhecidos pela ciência, que moldaram o nosso planeta tal como o conhecemos hoje. Um deles teria acontecido há cerca de cinco milhões de anos.

Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, anunciaram a descoberta de evidências de que o Mar Mediterrâneo sofreu uma “mega inundação”. Isto teria encerrado um longo período em que o local era uma vasta extensão de salinas, onde a água do mar seca e o sal é produzido.

Inundação colossal mudou a paisagem da região

  • O entendimento actual é que o período de seca na região terminou gradualmente, com o Mediterrâneo a encher-se novamente de água durante um período de 10.000 anos.
  • No entanto, um novo estudo desafia esta hipótese ao apresentar evidências de um canal de erosão que se estende desde o Golfo de Cádiz até ao Mar de Alborão.
  • Isto indicaria um evento único e massivo de inundação, com um fluxo equivalente a um milhão de metros cúbicos por segundo.
  • Segundo os cientistas, o evento, chamado Megaflood de Zanclean, foi muito maior do que qualquer outra inundação conhecida na história da Terra.
  • A força deste fenómeno foi tão grande que, na altura, o Mar Mediterrâneo ficou isolado do Oceano Atlântico e evaporou.
  • Este cenário resultou na criação de diversas jazidas de sal que remodelaram a paisagem da região.
  • As descobertas foram descritas em um estudo publicado na revista Nature Communications Terra e Meio Ambiente.
O Mar Mediterrâneo
Fenômeno deixou marcas na região do Mediterrâneo (Imagem: PeterHermesFurian/iStock)

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A água teria atingido velocidades de até 32 metros por segundo

As conclusões foram apresentadas após a utilização de dados de reflexão sísmica. Este é um tipo de ultrassom geológico que permite aos cientistas ver camadas de rochas e sedimentos abaixo da superfície. Foi assim que descobriram um canal com o formato da letra W, a leste do Estreito da Sicília, na atual Itália.

Este estreito forma uma ponte terrestre submersa que anteriormente separava as bacias ocidental e oriental do Mediterrâneo. No local foram analisadas mais de 300 cristas, que apresentaram composição compatível com erosão causada por fluxo turbulento de água de grande escala, com direção predominantemente nordeste.

Simulação mostra local onde foram encontrados vestígios da enchente (Imagem: Nature Communications Earth & Environment)

A partir daí, a equipe desenvolveu modelos computacionais para simular como a água poderia ter se comportado. Os cientistas sugerem que a inundação teria mudado de direção e aumentado de intensidade ao longo do tempo. A água pode ter atingido velocidades de até 32 metros por segundo, abrindo canais mais profundos, erodindo cada vez mais material e transportando-o por distâncias maiores.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital do Olhar Digital



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