Casos de Febre Oropouche no Brasil deixaram as autoridades de saúde em alerta. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas, em 2023 foram diagnosticados 995 casos de infecção pelo vírus. Porém, apenas nos primeiros dois meses de 2024, foram 1.674 casos confirmados. E uma possível interação com o Aedes aegypti, o famoso ‘mosquito da dengue’, preocupa especialistas.
As informações deste artigo são do portal A Informação Brasilem um artigo escrito por Flávio Guimarães da Fonsecaprofessor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Contato entre mosquitos aciona sinal de alerta
O aumento no número de casos de Febre Oropouche pode ser explicado por três possibilidades: a penetração acentuada do mosquito vetor (Culicoides paraenses) em ambientes urbanos; o aumento da invasão de ambientes selvagens pelo homem; ou as duas possibilidades anteriores ao mesmo tempo.
Além disso, as mudanças climáticas podem estar favorecendo a ocorrência da doença. O aumento do desmatamento e do aquecimento no sul da Amazônia permite ampliar a distribuição geográfica dos mosquitos.
Na verdade, está sendo registrado um aumento de infecções em centros urbanos da região amazônica e até de casos importados da doença de outras áreas do país. Isso cria um novo problema: o vírus pode entrar em contato com outros mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue.
A ciência já sabe que o vírus oropouche pode se multiplicar em A. aegypti quando inoculado experimentalmente no inseto. No entanto, o vírus não consegue ultrapassar as barreiras teciduais e invadir a glândula salivar do mosquito. Dessa forma, não pode ser transmitido pela mordida.
No entanto, isso pode mudar com as chamadas mutações. Durante a sua multiplicação, os vírus trocam “cromossomos”, o que aumenta ainda mais o potencial de mutação. Portanto, o contato entre Culicoides paraenses e Aedes aegypti suscita enorme preocupação.
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Febre Oropouche
- A doença é causada por um arbovírus do gênero Ortobunyavírusda família Peribunyaviridae.
- A transmissão ocorre através de mosquitos, especialmente Culicoides paraensis e por Culex quinquefasciatuspopularmente conhecido como maruim.
- No Brasil, surtos da doença são registrados na região amazônica desde a década de 1970.
- Os sintomas são: febre alta; dores de cabeça, dores musculares e articulares; calafrios, às vezes acompanhados de náuseas, vômitos; e erupção cutânea.
- O fato de serem semelhantes à dengue acaba dificultando o diagnóstico da Febre Oropouche.
- Como não existe tratamento ou vacina específica para o vírus, os infectados pelo mosquito devem fazer uso de analgésicos e antitérmicos comuns prescritos por um médico.
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