Exames cerebrais poderão ler nossos sonhos um dia?

Há 100 anos, o psiquiatra alemão Hans Berger realizou a primeira leitura da atividade elétrica no cérebro humano. Desde então, o eletroencefalograma (EEG) tornou-se um dos exames neurológicos mais importantes da Medicina.

É rápido, seguro e não causa dor. Para quem não está ligando o nome à figura, o EEG é aquele procedimento em que o médico coloca eletrodos na cabeça do paciente, que termina com uma espécie de capacete cheio de fios.

O eletroencefalograma fornece informações importantes sobre o funcionamento do cérebro. O exame pode diagnosticar, por exemplo, epilepsia e outras doenças ao identificar assimetrias entre os hemisférios, atividade lenta excessiva ou ondas com padrões anormais.

Para celebrar este primeiro século de invenção, cientistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra, convidaram mais de 500 especialistas de todo o mundo para refletir sobre o legado do EEG e discutir o futuro da leitura da nossa atividade cerebral.

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Será que um dia o EEG conseguirá ler os nossos sonhos?

• Uma das ideias da pesquisa foi apresentar possíveis cenários futuros para o EEG – do mais previsível ao mais improvável.
• Médicos e cientistas deveriam, então, dar uma estimativa de quanto tempo acreditam que este “incremento” levaria para ser implementado.
• A lista incluía uma série de inovações fascinantes e futurísticas que, segundo os especialistas, poderiam de fato ser alcançadas.
• Por exemplo: usar EEG para melhorar o desempenho cognitivo ou detectar precocemente dificuldades de aprendizagem.
• Eles também disseram que, dentro de alguns anos, o EEG poderá até ser usado como detector de mentiras.
• Eles também acreditam que o diagnóstico confiável e em tempo real de anomalias cerebrais, como convulsões ou tumores, estará a apenas 10 a 14 anos de distância.
• Que tal ler nossos sonhos? Este é um tema que dividiu opiniões de especialistas.
• Uma parte aposta que isso será possível dentro de cerca de 50 anos.
• E não apenas ler sonhos, mas também acessar memórias de longo prazo.
• Para a outra metade, porém, isso nunca acontecerá – afirmaram que a possibilidade é remota e mais próxima da ficção científica do que da realidade.
• Você pode acessar todos os resultados deste estudo na revista Natureza Comportamento Humano.

EEG: um futuro gadget popular?

Noutra parte curiosa e interessante desta investigação, os especialistas afirmaram que, dentro de uma geração ou mais, todos nós poderemos ter o nosso próprio EEG portátil.

O coautor do artigo, Dominik Welke, pesquisador da Universidade de Leeds, explicou como funcionaria:

“Eles poderiam realmente se tornar algo como um smartphone. Quase todas as pessoas teriam acesso a ele e poderiam usá-lo diariamente – melhorando suas vidas, fornecendo informações significativas sobre fatores fisiológicos.”começou o pesquisador.

“Um potencial uso futuro positivo da tecnologia EEG poderia ser no controle de vigilância para motoristas ou pilotos. Esses sistemas de segurança no local de trabalho poderiam ajudar o usuário a identificar se ele estava adormecendo e, em seguida, acordá-lo ou informar ao copiloto que ele precisa assumir o controle.”concluiu Welke.

As informações são de Xpress Médico.