Uma pesquisa brasileira publicada em maio deste ano melhorou um importante tratamento para dores crônicas, Parkinson, obesidade e outras condições de saúde. A novidade é um sistema completo de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) que utiliza componentes comerciais de baixo custo, barateando o processo.
A técnica existe há algumas décadas. O diferencial do estudo é superar os desafios dos dispositivos clássicos.
Técnica para dor crônica e Parkinson é aprovada há décadas
Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um sistema DBS completo, que vem da sigla Estimulação cerebral profunda. A técnica é usada para tratar tremores, dores crônicas, Parkinson, obesidade e outras condições.
DBS consiste em um procedimento cirúrgico para implantar um dispositivo denominado neuroestimulador, que envia impulsos suaves para partes específicas do cérebro por meio de eletrodos. A corrente elétrica é baixa e em pontos estratégicos para cada tratamento.
O dispositivo normalmente é pequeno, não maior que uma caixa de fósforos, e implantado no tórax do paciente. Ele vem com uma bateria acoplada.
Essa técnica é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, uma espécie de Anvisa americana), desde 1997. Inicialmente, foi utilizada para tratar a doença de Parkinson, depois expandida para distúrbios neurológicos, como dor crônica, síndrome de Tourette e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
O tratamento brasileiro tem uma diferença importante
Embora a técnica seja antiga, o sistema brasileiro apresenta algumas diferenças importantes. A primeira delas é a utilização de componentes de baixo custo no protótipo do aparelho, o que pode baratear os tratamentos. Outra é superar os desafios clássicos do DBS.
Quem explicou foi o professor da instituição e coordenador do estudo, João Paulo Pereira do Carmo, do Jornal USP. Ele revelou que a maioria dos aparelhos utilizados na técnica permite apenas gerar um conjunto específico de ondas pré-definidas, muitas delas retangulares, dificultando os ajustes para cada tipo de tratamento ou estado cerebral.
Outro desafio é que a maioria dos sistemas DBS atuais fornecem apenas sinais de corrente constante. Poucos deles permitem ajustar a amplitude usando software.
Esses obstáculos motivaram a equipe a desenvolver um sistema mais avançado.
Como funciona o novo tratamento para dores crônicas e Parkinson
Carmo também fez uma diferenciação importante entre o aparelho brasileiro e outros já existentes. Para isso, é necessário entender como funciona a Estimulação Cerebral Profunda:
- O professor explicou que existem dois tipos de DBS: o de malha aberta, também chamado de convencional, e o de malha fechada, conhecido como adaptativo;
- No DBS de circuito aberto, um neurologista ajusta manualmente os parâmetros de estimulação do dispositivo a cada três a 12 meses após a implantação. Em alguns casos, a terapia faz com que o paciente se habitue e a sua eficácia seja reduzida;
- No DBS em circuito fechado, a programação dos parâmetros de estimulação é automática com base em diferentes biomarcadores. Ou seja, se for um tratamento para dores crônicas, os biomarcadores indicarão quais ajustes devem ser feitos para melhorar a eficácia do dispositivo;
- Segundo Carmo, isso permite uma terapia que se adapta e se personaliza ao longo do tempo.
No caso do estudo brasileiro, o sistema é um DBS de malha fechada com componentes de baixo custo. Os resultados foram publicados em julho do ano passado no período científico Eletrônica e em maio deste ano em Jornal de eletrônica e aplicações de baixa potência.
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Benefícios do sistema
Segundo o professor, a invenção traz benefícios que vão além do tratamento de dores crônicas, Parkinson e outras doenças.
Conseguimos desenvolver um microdispositivo e um sistema DBS de circuito fechado completo. Continuamos avançando em pesquisas que, além de todas as suas contribuições para a área médica, também trazem benefícios em termos socioeconômicos, não apenas tornando o país independente da importação desses dispositivos médicos, mas ainda oferecendo o sistema de forma global, aumentando o uso de Estimulação Cerebral Profunda em Circuito Fechado.
João Paulo Pereira do Carmo, coordenador do estudo
Os próximos passos incluem a realização de testes em animais, o refinamento de protótipos e a integração de dispositivos para implantação.
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