Primeiro paciente da Neuralink atualiza experiência com dispositivo

setembro 14, 2024
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Primeiro paciente da Neuralink atualiza experiência com dispositivo


“As pessoas pensam que é como Matrix.” É assim que, segundo Noland Arbaugh, as pessoas imaginam ter um chip implantado no cérebro. Ele foi o primeiro humano a receber o implante da Neuralink, empresa de Elon Musk.

Arbaugh apareceu em público pela terceira vez após passar por uma cirurgia. Logo após a cirurgia, a Neuralink detectou que cerca de 54 fios do chip que estava conectado ao cérebro do menino se soltaram, comprometendo 85% do aparelho.

Restando apenas 15%, a empresa optou por “recalibrar” os 15% restantes, evitando assim a necessidade de reconectar fios soltos. Já haviam se passado 100 dias de implantação quando Arbaugh apareceu pela primeira vez para compartilhar sua experiência.

Na época, ele conseguia navegar na internet e jogar jogos, como xadrez e “Mario Kart”, no computador, controlando o cursor do mouse com a mente.

Após completar seis meses com o chip, o menino concedeu outra entrevista e relatou que estava bem, assim como o aparelho. Ele também relatou que não sente absolutamente nada, apenas se alguém pressionar a região de sua cabeça onde fica o implante, que é usado de oito a dez horas por dia.

Detalhe da Telepatia, chip cerebral da Neuralink (Imagem: Divulgação/Neuralink)
  • Oito meses se passaram desde a cirurgia e Arbaugh voltou para nos contar sobre sua vida após o implante cerebral;
  • Para o Euronewso menino diz que está em um grande momento: está em Paris (França) para participar de um campeonato de xadrez rápido;
  • “Antes [chip da] Neuralink, era difícil para mim fazer coisas, como jogar xadrez. Isso coloca muito estresse no meu corpo. Só posso jogar por um tempo. Talvez eu tenha que sentar em uma determinada posição”, explicou ela;
  • Ele também destacou a importância do aparelho para ele no seu dia a dia. “O que isso fez por mim foi me ajudar a interagir melhor com meu computador para aprender coisas. Agora posso deitar na cama se quiser e jogar xadrez durante horas”;
  • Agora ele evoluiu: não só está jogando, mas também aprendendo francês e japonês: “Tenho certeza que as pessoas vão pensar que é como Matrix, onde você pode simplesmente baixar coisas para o seu cérebro”, brincou;
  • No passado, ele aprendia assistindo vídeos no YouTube, sem poder participar muito, sem poder trabalhar a partir de uma apostila e precisando de outra pessoa para avançar e pausar os vídeos;
  • Após o implante, ele conseguiu escrever, consultar jornais e reproduzir audiolivros, encaminhando, pausando e retrocedendo sozinho.

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“Agora posso aprender de acordo com a minha agenda e posso fazer muito mais, o que acho muito importante”, comemorou. No entanto, Arbaugh admite que a melhor forma de aprender uma língua é através da imersão:

“Eu adoraria ter outras pessoas ao meu redor que estivessem constantemente dizendo isso. Eu sei que esta é a melhor maneira de aprender. Estar em Paris é um começo”, frisou.

No futuro, o jovem de 30 anos pretende continuar estudando. “Eu já sabia há muito tempo na escola que queria estudar Direito. Isso é algo que ainda está no meu radar, algo que considero possível. Eu teria que voltar a estudar, terminar a graduação e depois ir para a faculdade de direito. Então seria um processo longo. Mas estou esperando e tentando voltar lá”, disse ele.

Porém, ele não tem certeza se seguirá carreira, pois a participação no estudo da Neuralink o despertou o interesse pela neurociência.

Após problemas com a fiação do chip, Arbaugh disse que ele está funcionando bem, já que anteriormente o foco do implante estava em eletrodos individuais, fios e locais e neurônios muito específicos.

“Agora, eles estão mais focados em seus grupos para poder eliminar grupos que estão enviando sinais fortes e ouvir apenas os mais fortes”, explicou ao portal.

“Depois que fizeram isso, as coisas melhoraram muito e eles perceberam que talvez devêssemos ter feito isso desde o início”, acrescentou.

Por fim, em relação ao futuro da tecnologia, o menino tem esperança de que, um dia, ela permitirá que pessoas com paralisia voltem a se movimentar. “Eu sei que é possível. Acho que isso vai acontecer durante a minha vida”, disse.

Elon Musk conversando com médicos
No dia da cirurgia, Arbaugh fez mais exames; Elon Musk foi conferir de perto (Imagem: Reprodução/Neuralink)

Segundo implante

No mês passado, Elon Musk confirmou que a Neuralink realizou o segundo implante de chip cerebral em um ser humano. Até o momento não foram observadas retrações dos fios, como ocorreu com Arbaugh.





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