Os medicamentos tópicos – aqueles aplicados diretamente na pele, como géis, loções e adesivos – têm diversos usos, mas poderiam ser ainda mais eficientes se conseguissem penetrar na pele. Isso ocorre porque muitos deles geralmente têm dificuldade de ultrapassar a epiderme e apenas parte da dosagem é realmente utilizada.
Pesquisadores suíços desenvolveram um dispositivo que pode resolver isso: “estrelas” nanocerâmicas que fazem buracos indolores na pele e ajudam os medicamentos a penetrar.
Medicamentos aplicados na pele têm limitações
Medicamentos tópicos, como géis, loções e adesivos, podem ajudar a tratar muitas doenças de pele, mas têm suas limitações.
As loções, por exemplo, possuem moléculas relativamente grandes, que podem ter dificuldade de passar pela epiderme, a camada externa da pele. Assim, apenas parte da dosagem vai além da superfície.
A indústria farmacêutica já está lidando com isso. Uma solução são os chamados adesivos de microagulhas, uma espécie de adesivo com pequenas agulhas pontiagudas na parte inferior. Estas agulhas contêm o medicamento e, quando o adesivo é pressionado contra a pele, perfura a epiderme (sem dor). O fluido é liberado e se dissolve entre as células.
Há outro problema com isso: os adesivos com microagulhas funcionam, mas são desafiadores para tratamentos que envolvem grandes áreas da pele. Também são difíceis de aplicar em locais não lisos ou nas extremidades do corpo.
Invenção pode melhorar eficácia de medicamentos tópicos
Pensando nisso, cientistas do instituto de pesquisa Empa, na Suíça, em colaboração com a empresa Aldena Therapeutics, desenvolveram “estrelas” nanocerâmicas que prometem melhor eficácia para medicamentos tópicos.
Veja como funciona:
- A invenção consiste em uma estrela tridimensional de três braços com diâmetro de 0,88 milímetros. É feito de material cerâmico de óxido de alumínio;
- As estrelas foram criadas com processo a laser a partir de um molde de polímero. Como o molde continha mais de um deles, foi possível viabilizar uma produção barata em escala comercial;
- Após a primeira etapa, as estrelas foram adicionadas a um gel com medicamento;
- À medida que o gel estrela é esfregado na pele, as bordas afiadas formam pequenos orifícios que fecham rapidamente. Há tempo suficiente para o medicamento penetrar;
- O gel desaparece após alguns segundos de aplicação.
Segundo um dos pesquisadores, os buracos causados pelas estrelas não atingem as terminações nervosas e são indolores. Ele descreve a sensação como esfoliação da pele.
Leia mais:
De acordo com o Novo Atlasos cientistas estão explorando novos métodos para tornar as estrelas biodegradáveis.
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