Infecção bacteriana pode ser um gatilho para diabetes

outubro 4, 2024
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Infecção bacteriana pode ser um gatilho para diabetes


Existe uma parcela da população com predisposição genética para diabetes tipo 1 que nunca desenvolve a doença. Uma das hipóteses que explicaria esse fenômeno é que fatores ambientais poderiam desencadeá-lo. Cientistas da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, encontraram evidências de que uma infecção bacteriana pode ser o gatilho.

O estudo também mostrou uma relação entre infecção bacteriana e um gene específico presente em um pequeno grupo de pessoas. A pesquisa foi publicada na revista O Jornal de Investigação Clínica.

O que pode causar diabetes tipo 1?

  • O diabetes é caracterizado pela incapacidade do organismo de produzir ou absorver insulina de forma adequada.
  • Este hormônio permite que a glicose entre nas células. Sem ele, a glicose se acumula no sangue, aumentando perigosamente os níveis de açúcar no organismo.
  • Em estudos anteriores, a perda de insulina foi associada a células T assassinas, uma classe de glóbulos brancos que atacam células infectadas por patógenos.
  • As células assassinas parecem causar diabetes ao destruir as células beta produtoras de insulina.
  • O comportamento parece ser ativado por proteínas de bactérias conhecidas por infectar humanos, como a Klebsiella oxytoca.
  • Em novos experimentos com células doadas por não diabéticos, os cientistas descobriram que, após entrarem em contato com essas proteínas, as células T podem matar células beta por engano.
  • Células T ativadas pela bactéria também foram encontradas no sangue de pessoas com diabetes tipo 1, sugerindo que esta infecção pode ser um gatilho para a doença.
Resumo gráfico do estudo – Imagem: The Journal of Clinical Investigation

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Este é o caso de um grupo específico de pessoas

Então, a infecção por Klebsiella oxytoca pode desencadear diabetes em alguém? Bem, não é exatamente assim. O estudo também relacionou a atividade a um gene chamado antígeno leucocitário humano (HLA), um sistema de proteínas presentes em nossas células que ajuda a diferenciar organismos invasores.

Segundo Lucy Jones, autora do estudo, um pequeno grupo de pessoas possui a versão desse gene que está associada à ativação de células T.

O HLA específico associado à infecção bacteriana que desencadeia a diabetes está presente em apenas cerca de 3% da população do Reino Unido. Assim, os patógenos bacterianos que podem gerar células T anti-insulina são causados ​​por uma infecção rara em uma pequena minoria de pessoas.

Jones em artigo publicado no Universidade de Cardiff.

Amostra de Klebsiella oxytoca – Imagem: Shutterstock/qonita.gina

Novas formas de tratar a doença

Cada pequena descoberta sobre uma doença abre uma série de possibilidades de tratamento e prevenção. No caso do gatilho recentemente descoberto para a diabetes tipo 1, espera-se que a compreensão dos mecanismos que dão origem ao problema possa ajudar a diagnosticar e tratar a doença antes do início dos sintomas.

Os tratamentos precoces podem proteger as células pancreáticas saudáveis ​​antes que sejam destruídas, disse Garry Dolton em artigo publicado no portal da Universidade de Cardiff. Embora ainda não haja cura para o diabetes tipo 1, compreender suas causas pode levar a novos tratamentos, prevenindo complicações futuras.





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