Os implantes de sangue que podem reparar até ossos quebrados

novembro 25, 2024
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Os implantes de sangue que podem reparar até ossos quebrados


Wolverine é um dos heróis mais importantes da ficção. Um símbolo da cultura pop – personagem que atuou em filmes, séries, desenhos animados, animações, quadrinhos e jogos. Apesar de toda a sua fama, muita gente não sabe que o principal poder mutante deste colosso da Marvel não são suas garras de adamantium, mas sim seu fator de cura. Na verdade, ele só sobreviveu à cirurgia que cobriu todos os seus ossos com metal graças a essa habilidade.

Talvez seja por isso que Wolverine é tão popular: seu poder não está tão longe da realidade. Ele não dispara rajadas ópticas com os olhos, nem se teletransporta – muito menos cospe fogo, gelo ou eletricidade com as mãos. O Wolverine, assim como eu e você que está lendo este texto agora, pode curar o próprio corpo. A diferença é que ele faz isso num piscar de olhos. Nós não.

Os seres humanos têm uma capacidade notável de curar-se quando feridos. Ao raspar o joelho, por exemplo, forma-se uma crosta de plaquetas e, dias depois, surge uma pele totalmente nova no local da lesão. Isso acontece em outras partes do nosso corpo. Um corpo que tem até a capacidade de calcificar uma fratura óssea!

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Tudo, porém, tem um limite. Ou tinha. Uma pesquisa realizada no Reino Unido acaba de ultrapassar essa linha. Cientistas da Universidade de Nottingham desenvolveram implantes feitos a partir do nosso próprio sangue que são capazes de melhorar o processo de regeneração natural do nosso corpo.

Wolverine é talvez o mais famoso dos X-Men e de toda a Marvel – Imagem: Marvel/Reprodução
  • Esses implantes simulam tecidos corporais.
  • Quando nos machucamos, nosso sangue forma uma estrutura sólida chamada hematoma regenerativo (HR).
  • O que os cientistas britânicos fizeram foi criar um RH melhorado.
  • Só que, em vez de fazer um sangue completamente sintético do zero, eles usaram sangue real e aprimoraram suas propriedades curativas com peptídeos anfifílicos (que são proteínas usadas na regeneração).
  • Esse RH ganhou estrutura física passando por uma impressora 3D.
  • Segundo os pesquisadores, além de recrutar células cicatrizantes e gerar fatores de crescimento, esse material também é de fácil manipulação.
  • Os primeiros experimentos foram realizados em ratos de laboratório.
  • Os cientistas removeram fragmentos ósseos da região do crânio dos pequenos animais.
  • Roedores que receberam curativo padrão (e artificial) tiveram uma taxa de recuperação de 50%.
  • A taxa de sucesso aumentou para 62% com o curativo à base de sangue.
  • Finalmente, dos membros do grupo de controlo, aqueles que não receberam tratamento, apenas 30% recuperaram.
Os implantes de sangue ficam assim: são semelhantes a tecidos ou curativos reais – Imagem: Divulgação/Universidade de Nottingham

Futuro promissor

A equipe pretende continuar os estudos e realizar experimentos em seres humanos no futuro.

Para um dos autores da pesquisa, Dr. Cosimo Ligorio, o desenvolvimento de um material como esse pode revolucionar diversos tipos de tratamento – principalmente em termos de preço:

“O sangue é praticamente gratuito e pode ser facilmente obtido de pacientes em volumes relativamente elevados”ele explicou.

“Nosso objetivo é estabelecer um kit de ferramentas que possa ser facilmente acessado e usado em um ambiente clínico para transformar de forma rápida e segura o sangue dos pacientes em implantes regenerativos ricos, acessíveis e ajustáveis.”concluiu o pesquisador.

Você pode ler o estudo na íntegra na revista Materiais Avançados.

As informações são de Novo Atlas.





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