A gordura da barriga pode ser um sinal precoce de Alzheimer, diz estudo

dezembro 6, 2024
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A gordura da barriga pode ser um sinal precoce de Alzheimer, diz estudo


O excesso de gordura corporal na meia-idade já é considerado um fator de risco para demência. A razão? Esta é uma pergunta com poucas respostas, mas que acaba de ganhar uma nova pista. Um estudo recente da Universidade de Washington sugere que um tipo específico de gordura localizada na barriga está ligado à principal causa do Alzheimer e pode ser um sinal precoce da doença.

As descobertas foram apresentadas em Reunião Anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), que ocorreu entre 1º e 5 de dezembro de 2024. Os resultados detalhados ainda não foram publicados.

Gordura abdominal pode ser precursora do Alzheimer

  • Dois estudos consecutivos descobriram que um tipo de gordura localizada mais profundamente na barriga está ligado a níveis mais elevados de aglomerados de proteínas amilóides no cérebro.
  • A principal causa conhecida do Alzheimer é o acúmulo dessa proteína, que se torna tóxica para os neurônios.
  • A gordura em questão, chamada visceral, só pode ser medida por ressonância magnética (RM) e influencia a produção de colesterol e insulina no organismo.
  • Na primeira investigação com indivíduos cognitivamente saudáveis, entre 40 e 60 anos, aqueles com mais gordura visceral no abdômen apresentaram níveis mais elevados de amiloide no fino córtex direito e em outras áreas do cérebro.
  • Um acompanhamento deste estudo, realizado em 80 pessoas, descobriu que a quantidade de gordura visceral, em comparação com a gordura subcutânea – que fica abaixo da pele – na barriga, está ligada ao aumento de amiloide no cérebro.
  • Essa relação seria responsável por 77% dos efeitos do alto índice de massa corporal (IMC) no acúmulo de amiloide no cérebro, segundo a pesquisa.
Ilustração mostra onde está localizada a gordura visceral e subcutânea na barriga – Imagem: Pikovit/Shutterstock

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O colesterol “bom” também pode ser um vilão

A equipe de cientistas também encontrou maiores quantidades de proteína amilóide no cérebro dos participantes que apresentavam níveis baixos do chamado colesterol “bom” – lipoproteína de alta densidade (HDL). Sua produção é influenciada pela gordura visceral, como já mencionado. Estudos anteriores demonstraram que grandes quantidades deste colesterol podem aumentar o risco de demência em até 42% em adultos mais velhos.

Ilustração de um neurônio no cérebro de uma pessoa com Alzheimer
A gordura visceral tem sido associada a níveis mais elevados de acúmulo de proteínas no cérebro, que podem se tornar tóxicas – Imagem: National Institute on Aging/NIH

Da mesma forma, a gordura visceral está associada à diminuição dos níveis de insulina. Pessoas com resistência geralmente tendem a ter encolhimento cerebral, outro fator de risco para problemas cognitivos no futuro.

Como prevenir o Alzheimer?

A relação entre a saúde do corpo e do cérebro é complexa e são necessários mais estudos para entender melhor como o Alzheimer está relacionado ao excesso de gordura e ao IMC elevado.

Independentemente disso, praticar atividade física regularmente e seguir uma alimentação saudável é a melhor forma de proteger o cérebro e todo o corpo.





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