Pacientes com paralisia voltam a andar com estimulação cerebral

dezembro 8, 2024
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Pacientes com paralisia voltam a andar com estimulação cerebral


Dois pacientes que sofreram lesões na coluna e ficaram paralisados ​​da cintura para baixo conseguiram voltar a andar por meio de uma técnica chamada estimulação cerebral profunda (ECP), que envolve a implantação cirúrgica de eletrodos em regiões específicas do cérebro.

A pesquisa publicada em Medicina da Natureza descreve que, uma vez inseridos, os eletrodos podem ser ativados para estimular neurônios específicos. O DBS já foi usado para tratar doenças cerebrais como Parkinson e Alzheimer, mas agora está sendo testado para ajudar pessoas com paralisia motora.

O uso da DBS nunca foi utilizado em pacientes com paralisia, pois a técnica estimula uma região do cérebro que normalmente não está associada às funções motoras. Porém, o teste atual tem se mostrado muito promissor para o uso de eletrodos nesse tipo de paciente.

“Assim que o eletrodo foi colocado e realizamos a estimulação, o primeiro paciente disse imediatamente: ‘Posso sentir minhas pernas’”, disse Jocelyne Bloch, a neurocirurgiã que realizou o procedimento.

“Quando aumentamos a estimulação, ela disse: ‘Estou com vontade de caminhar!’ Este feedback em tempo real confirmou que tínhamos como alvo a região correta, embora esta região nunca tivesse sido associada ao controlo das pernas em humanos. Naquele momento, soube que estávamos testemunhando uma descoberta importante para a organização anatômica das funções cerebrais”, acrescentou.

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Wolfgang Jäger, 54 anos, foi o segundo paciente a utilizar a técnica. O homem usa cadeira de rodas desde 2006, mas agora vê esperança em depender menos dela. “No ano passado, nas férias, não houve problema em descer alguns degraus e voltar ao mar usando o estímulo”, disse ele. Novo Atlas. “Também posso alcançar as coisas nos armários da cozinha”, acrescentou.

O estudo concluiu que os pacientes apresentaram melhora imediata na mobilidade quando a estimulação cerebral profunda foi ativada durante a reabilitação. Nos testes, a dupla conseguiu subir escadas e até andar.

Outro destaque dos resultados é que a melhora continuou mesmo após o desligamento da estimulação.

Como foi feita a pesquisa que fez os pacientes voltarem a andar?

A região estimulada, o hipotálamo lateral, está mais ligada à alimentação, à ingestão de energia e ao comportamento de recompensa. Mas os investigadores criaram um mapa do cérebro e notaram que os neurónios glutamatérgicos, enterrados na região lateral do hipotálamo, eram transcricionalmente activos quando os pacientes tentavam andar após uma lesão na medula espinal.

Paciente com lesão medular parcial caminha com auxílio de estimulação cerebral profunda (Imagem: Divulgação/EPFL)

A pesquisa destaca que mais estudos são necessários, pois mesmo que os resultados não mostrem efeitos colaterais, ainda são necessários testes para que a terapia seja considerada segura e funcional.





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