No momento, gripe aviária afeta apenas pássaros e, ocasionalmente, mamíferos. No entanto, uma única mutação no vírus H5N1 poderia tornar a doença perigosa para os seres humanos.. A descoberta foi feita por pesquisadores do Scripps Research Institute, na Califórnia.
Nos raros casos em que o H5N1 infecta humanos, a taxa de mortalidade chega a 50%. Portanto, a equipe de pesquisa alerta para a A necessidade de um controle rigoroso da doença para evitar mutações que facilitem sua transmissão entre as pessoas.
Esta mutação pode tornar os humanos o novo alvo da gripe aviária
- Para infectar um “alvo”, um vírus precisa encontrar uma parte das células hospedeiras com a qual possa conectar sem ser rejeitado.
- O H5N1, o vírus da gripe, conseguiu encontrar esses receptores compatíveis, em termos científicos, em aves e outros animais.
- Ao investigar uma variação do vírus – H5N1 2.3.4.4b – que já infectou humanos, pesquisadores descobriram que basta uma mutação para o vírus encontrar os “conectores” certos no corpo humano.
- Chamada de Q226L, essa mutação consiste em uma alteração de aminoácidos em uma proteína chave.
- Em outras palavras, Esta mutação daria ao H5N1 algo como “óculos” para ver o ponto em que poderia pousar com sucesso nas células humanas.
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Quais são os riscos se o vírus começar a infectar mais humanos?
O Vírus H5N1 já infectou pessoas após contato direto com animais contaminados. No entanto, Se adquirir a capacidade de se ligar a células específicas nas vias respiratórias humanas, poderá facilmente espalhar-se de pessoa para pessoa.como acontece com a gripe comum, falando ou espirrando. Ou seja, existe risco de a gripe aviária se tornar uma pandemia.
Segundo a equipe de pesquisa, essa descoberta é um alerta para o necessidade de monitorar de perto o H5N1 e suas mutações, pois o risco de transmissão entre humanos pode aumentar com alterações genéticas. Apesar disso, os cientistas enfatizam que, por enquanto, o vírus ainda não desenvolveu essa capacidade.
Mais estudos são necessários entender como o H5N1 poderia se adaptar ao corpo humano e se tornar mais transmissível. O cientista Ian Wilson explicou ao Instituto de Pesquisa Scripps:
Continuar a monitorizar as alterações genéticas à medida que ocorrem dar-nos-á uma vantagem na preparação para sinais de aumento da transmissibilidade. Este tipo de pesquisa nos ajuda a entender quais mutações observar e como responder adequadamente.
Ian Wilson
O estudo foi publicado em Ciência.
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