O que acontece no cérebro durante o ciclo menstrual?

janeiro 7, 2025
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O que acontece no cérebro durante o ciclo menstrual?


O ciclo menstrual não afeta apenas o útero e os ovários; também causa mudanças significativas no cérebro.

Durante esse processo natural, que ocorre mensalmente na maioria das mulheres em idade fértil, o corpo passa por uma série de alterações hormonais que influenciam diretamente no funcionamento do cérebro.

Embora muitas pessoas estejam familiarizadas com os sintomas físicos do ciclo menstrual, como cólicas e alterações no fluxo sanguíneo, os efeitos no cérebro são frequentemente menos discutidos.

Imagem: Jacob Wackerhausen/iStock

Porém, essas mudanças podem ser intensas, impactando o humor, a memória, a tomada de decisões e até mesmo a forma como o cérebro se estrutura ao longo do tempo. Mas por que essas mudanças ocorrem? Quais áreas do cérebro são mais afetadas? E o que pode ser feito para minimizar os desconfortos causados ​​por essas transformações?

Neste artigo exploraremos o que acontece no cérebro durante o ciclo menstrual, analisando efeitos hormonais, alterações estruturais e comportamentais, bem como estratégias para lidar melhor com essas variações.

Como o ciclo menstrual afeta o cérebro?

O ciclo menstrual é dividido em fases distintas: fase folicular, ovulação e fase lútea. Cada uma dessas fases é marcada por flutuações nos níveis dos hormônios estrogênio e progesterona, que desempenham papéis cruciais na função cerebral.

Estas alterações hormonais não são apenas temporárias; afetam diretamente neurotransmissores como serotonina, dopamina e GABA, responsáveis ​​pelo humor, prazer e controle emocional.

Mulher feliz sorrindo ao sol
Imagem: ilona titova/iStock

Quais são as fases do ciclo menstrual?

Entenda detalhadamente cada uma das fases do ciclo menstrual:

Fase folicular

Durante a fase folicular, que começa no primeiro dia da menstruação e continua até a ovulação, os níveis de estrogênio começam a subir.

Sabe-se que esse hormônio melhora a comunicação entre os neurônios e estimula a plasticidade sináptica, ou seja, a capacidade do cérebro de formar e reorganizar conexões. É por isso que muitas mulheres relatam sentir-se mais alertas e produtivas durante esta fase.

Ovulação

Na ovulação, os níveis de estrogênio atingem seu pico. Este aumento está associado a uma maior ativação do sistema de recompensa no cérebro, o que pode explicar porque algumas mulheres se sentem mais confiantes e motivadas neste período.

Estudos mostram que áreas como o córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões, também ficam mais ativas.

Fase lútea

Após a ovulação, a progesterona assume um papel mais dominante. Esse hormônio tem efeito calmante, mas também pode levar a uma maior sensibilidade emocional.

Em algumas mulheres, a combinação de níveis elevados de progesterona e níveis flutuantes de serotonina pode resultar em sintomas de irritabilidade, ansiedade ou tristeza, conhecidos como Síndrome Pré-Menstrual (TPM).

Mudanças estruturais no cérebro durante o ciclo menstrual

Além das alterações funcionais, o cérebro também passa por alterações estruturais ao longo do ciclo menstrual. Estudos de ressonância magnética revelam que regiões como o hipocampo, uma área associada à memória e à aprendizagem, podem aumentar ou diminuir de tamanho em resposta às flutuações hormonais.

O estrogênio desempenha um papel fundamental neste processo, melhorando a comunicação entre os neurônios e promovendo o crescimento de novas sinapses. Este efeito é particularmente perceptível no hipocampo, onde o aumento do estrogénio durante a fase folicular está ligado a um melhor desempenho em tarefas cognitivas.

Imagem: terra phakphum/Shutterstock

Por outro lado, a progesterona, que predomina na fase lútea, pode ter efeito oposto, reduzindo temporariamente a conectividade em algumas áreas do cérebro. Esta alteração está associada a lapsos de memória e dificuldade de concentração que algumas mulheres relatam antes da menstruação.

Por que essas mudanças acontecem?

As alterações que ocorrem no cérebro durante o ciclo menstrual têm raízes evolutivas e estão ligadas ao papel crucial que as hormonas sexuais, como o estrogénio e a progesterona, desempenham tanto na reprodução como na sobrevivência e na interacção social.

Durante a ovulação, os picos de estrogênio promovem melhora na sociabilidade e no humor, aumentando as chances de encontrar um parceiro em períodos de maior fertilidade.

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Na fase lútea, o predomínio da progesterona tem efeito calmante, o que pode ajudar a conservar energia caso ocorra uma gravidez. Além disso, esses hormônios influenciam diretamente na liberação de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina.

Quando os níveis dessas substâncias estão desequilibrados, surgem sintomas como alterações de humor, insônia ou aumento do apetite, principalmente para alimentos ricos em açúcar e gordura.

Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock

Como minimizar os impactos no cérebro?

Embora as alterações hormonais do ciclo menstrual sejam naturais, algumas estratégias podem ajudar a minimizar seus efeitos no cérebro e no bem-estar geral.

  • Dieta balanceada: Manter uma dieta rica em nutrientes é essencial para o equilíbrio hormonal e a saúde do cérebro. Alimentos ricos em ômega-3, como peixes e nozes, ajudam a melhorar a função cerebral, enquanto carboidratos complexos, como aveia e quinoa, podem estabilizar os níveis de serotonina.
  • Atividade física regular: Sabe-se que o exercício físico libera endorfinas, que atuam como analgésicos naturais e ajudam a reduzir os sintomas da TPM. Além disso, a prática regular pode melhorar a circulação sanguínea no cérebro, promovendo maior clareza mental.
  • Controle de estresse: Técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, são excelentes para regular os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, que pode agravar os sintomas do ciclo menstrual.
  • Sono de qualidade: Dormir bem é essencial para o equilíbrio hormonal e a saúde do cérebro. Garantir 7 a 8 horas de sono por noite pode ajudar a reduzir a irritabilidade e melhorar sua capacidade de concentração.
  • Suporte médico: para mulheres que sofrem com sintomas graves, como Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), consultar um médico é essencial. Em alguns casos, anticoncepcionais hormonais ou suplementação podem ser indicados para estabilizar os níveis hormonais.



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