Espera-se que a retirada do financiamento dos EUA da OMS afecte a luta contra doenças, principalmente em zonas de conflito
Tudo sobre Estados Unidos
Uma das primeiras medidas do novo governo de Donald Trump foi retirar oficialmente os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS). A decisão cita a “má gestão da pandemia de Covid-19” por parte da organização e “pagamentos injustamente onerosos”, uma vez que os americanos eram os maiores doadores.
Segundo analistas, a perda de um dos países mais importantes do mundo terá efeitos importantes. É o caso das perdas no financiamento para a prevenção e combate de doenças como a poliomielite, a SIDA e a varíola em todo o planeta.
Os EUA foram o maior financiador da organização
- Entre 2022 e 2023, os EUA transferiram US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 7 bilhões) para a OMS.
- Desse total, cerca de 42% foram destinados ao controlo de doenças no continente africano.
- Outros 14,8% serviram nos esforços para erradicar a poliomielite em todo o mundo.
- Lembrando que a entidade de saúde é financiada por países ligados à Organização das Nações Unidas (ONU).
- Os membros fazem contribuições obrigatórias, mas os doadores tornaram-se a principal fonte de renda, com poder de sugerir o destino dos investimentos.
- Atualmente, dois terços do financiamento da OMS provêm de doações.
- Em nota, a Organização Mundial da Saúde lamentou a saída dos Estados Unidos e destacou que o país foi um dos principais coordenadores da instituição após o fim da Segunda Guerra Mundial.
- Ele também destacou que espera que Trump reconsidere a decisão.
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Zonas de conflito serão as mais afetadas
Atualmente, a OMS regista 42 emergências sanitárias em todo o mundo, 17 das quais estão no estágio 3, o índice mais grave, em países como Síria, Líbano, Ucrânia, Iémen, República Democrática do Congo, Afeganistão e território da Palestina. Todos eles provavelmente serão prejudicados pela saída dos EUA.
Segundo Deisy Ventura, professora da Faculdade de Saúde Pública e vice-presidente do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), a retirada do financiamento norte-americano deverá afetar o combate à doença em zonas de conflito armado, locais que já enfrentam dificuldades para manter o programa de vacinação.
Em entrevista com Folha de São Pauloo especialista explicou que a decisão também pode dificultar a participação oficial do Estado norte-americano nas negociações diplomáticas sobre o tema saúde. Ainda há incerteza se Trump pode dificultar a participação de profissionais de saúde do seu próprio país na instituição.
Segundo a OMS, representam mais de metade dos voluntários em missões de saúde em 100 países. Lembrando que as mudanças só serão consolidadas a partir do ano que vem obedecendo às regras do próprio país.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital do Olhar Digital
Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.
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