EUA podem limitar produção de SUVs e caminhonetes; entenda

setembro 12, 2024
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EUA podem limitar produção de SUVs e caminhonetes; entenda


SUVs e caminhões estão entre os modelos preferidos dos brasileiros. E essa é uma característica nossa, muito parecida, aliás, com o gosto do público americano. A fotografia de trânsito na Europa é muito diferente. Assim como no Japão, por exemplo, onde os veículos menores são a grande maioria.

A indústria nunca viu isso como um problema. É mais uma vantagem: esses carros grandes são muito mais caros para vender e não muito mais caros para produzir. Em outras palavras, sua margem de lucro é muito maior.

E, realmente, eles são muito bonitos. Tecnológica. E seguro. Mas seguro, sobretudo, para quem está dentro do veículo. A história é um pouco diferente para quem está de fora.

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Estudos realizados nos EUA mostram um aumento no número de vítimas de trânsito nos últimos anos. Os carros matam cerca de 40.000 americanos anualmente. Desse total, mais de 7 mil são pedestres.

Em 2013, o trânsito americano matou 4.779 pedestres. Em 2023, foram 7.522 – um salto de 57%! Esse aumento ocorre num momento em que a indústria entrega veículos cada vez maiores e mais pesados.

Um reportagem da revista The Economist mostra que em 2018, 22% dos novos carros americanos pesavam mais de 5.000 libras (2,27 toneladas). Esse percentual subiu para 31% em 2023. E, com a popularização dos carros elétricos, esse peso tende a aumentar ainda mais. Uma picape Ford F-150 Lightning, por exemplo, pesa 6.500 quilos, ou seja, praticamente 3 toneladas!

Novas regras para a indústria

As mudanças visam reduzir as mortes no trânsito, especialmente envolvendo pedestres – Imagem: William A. Morgan/Shutterstock
  • Esses dados levaram Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário propor novas regras para o setor, visando aumentar a segurança dos pedestres.
  • Em comunicado divulgado esta semana, a NHTSA sugere que as empresas comecem a realizar testes de colisão para simular o impacto de bater na cabeça de uma pessoa.
  • As montadoras teriam que usar manequins de adultos e crianças para medir o tamanho dos danos.
  • A agência de trânsito afirma que as mudanças podem salvar até 67 vidas por ano.
  • Embora não fale especificamente sobre SUVs e caminhões, a nova determinação visa esses dois tipos de veículos.
  • De acordo com o Instituto de Seguros para Segurança Rodoviáriao tamanho do carro, especialmente a altura do capô, desempenha um papel crítico na equação para a sobrevivência de um pedestre ao ser atropelado por um carro.
  • Veículos com altura de capô superior a 1 metro e extremidades dianteiras inclinadas em mais de 65 graus têm 44% mais probabilidade de causar mortes.

Um primeiro passo

Vale ressaltar que a Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário dos EUA apresentou uma proposta – e ouvirá sugestões para os próximos dois meses. Somente depois disso a nova norma será efetivamente, ou não, promulgada.

Os especialistas comemoraram o que chamaram de primeiro passo. Entre eles está Cathy Chase, presidente da Advocates for Highway and Auto Safety:

“Considerando que a NHTSA estima que a nova norma salvaria 67 vidas por ano, é um passo na direção certa, mas ainda está aquém do que a Europa tem feito com sucesso.”ela disse ao site The Verge.

Chase citou a Europa, onde vários países endureceram as regras contra SUVs. Em Paris, por exemplo, os proprietários deste tipo de carro devem pagar uma taxa extra para estacionar os seus veículos no centro.

O domínio americano seria muito mais brando. É importante dizer que os EUA não estão “criminalizando” SUVs e caminhões. Querem apenas aumentar os procedimentos de segurança, dado o elevado número de vítimas de trânsito nos últimos anos.

Vista aérea do trânsito nos Estados Unidos
Especialistas defendem a adoção de mais medidas para reduzir mortes no trânsito nos EUA – Imagem: Michael Gancharuk/Shutterstock

Se as mortes realmente diminuírem após esta mudança, poderemos testemunhar uma verdadeira revolução no design dos carros americanos. Mas, como disseram os especialistas, este seria apenas o primeiro passo.

Defendem a adopção de outras práticas, que incluem limites de velocidade mais baixos, melhorias na infra-estrutura e maior aplicação das leis de trânsito do país.

As informações são de A beira.





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