Fábrica da GWM já tem data para operar no Brasil

Após um atraso de pelo menos um ano e após diversas relocações, a fábrica da montadora chinesa GWM (Great Wall Motors) ganhou data para começar a operar no Brasil.

Segundo o diretor de assuntos institucionais da marca, Ricardo Bastos, a produção deverá começar em maio de 2025. A afirmação foi dada em entrevista ao Jornal Valor Econômico.

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A empresa comprou a antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo, em 2021. Na época, a GWM anunciou um investimento de R$ 10 bilhões no país, que deve se estender até o final desta década.

O plano inicial era iniciar a produção em maio de 2024. Em março deste ano, porém, os executivos mudaram a data para algum momento do segundo semestre. Agora, o diretor parece ter finalmente dado um prazo definitivo.

E desta vez, parece que as coisas vão decolar. Tanto que a montadora iniciou, em outubro, o processo de contratação de funcionários para as instalações.

Qual é o modelo de estreia?

• O primeiro modelo a sair de lá deverá ser o SUV híbrido Haval H6.
• A GWM inicialmente considerou construir a picape média Poer, mas o desempenho positivo da Haval em nosso mercado falou mais alto.
• Em julho, por exemplo, o modelo ficou em primeiro lugar nos segmentos híbrido, eletrificado e premium.
• No segmento híbrido, vendeu 2.786 unidades, deixando para trás o BYD Song Plus (2.138) e o Toyota Corolla Cross (1.267).
• Inicialmente, a fábrica deverá ter capacidade para entregar 20 mil carros por ano.
• A montadora, porém, planeja aumentar esse número para 50 mil até 2028.
• Segundo o jornal Valor Econômico, os veículos não chegarão pré-prontos da China, como acontece em outros países.
• No Brasil, a ideia é que os modelos sejam montados peça por peça – para que a GWM possa receber benefícios fiscais do programa federal Mover.
• Além de agilizar o processo de nacionalização, a decisão também permitirá que a empresa exporte com mais rapidez.
• Isso porque uma empresa precisa atingir 40% de nacionalização para exportar dentro do Mercosul e usufruir de benefícios tarifários.

Híbrido flexível?

Na entrevista, o diretor de assuntos institucionais da marca, Ricardo Bastos, afirmou que, inicialmente, os carros da GWM no Brasil serão híbridos a gasolina. A marca, porém, se prepara para lançar híbridos flex, que também aceitam etanol (mas apenas a partir de 2026).

Os executivos chineses rejeitaram a ideia, mas foram convencidos do contrário pelos brasileiros. Para os asiáticos não valeu a pena gastar com essa adaptação, já que a maioria das pessoas abastece com gasolina (pela relação custo-benefício).

O que os fez mudar de ideia foi a questão ambiental e as projeções de longo prazo. O etanol é importante no processo de descarbonização e tende a receber mais benefícios no futuro, à medida que os governos são cada vez mais pressionados a adotar medidas sustentáveis.

Isso, aliás, é uma tendência no Brasil. Volkswagen, Honda, Toyota e Stellantis, por exemplo, já confirmaram lançamentos nesta configuração.