Venda de carros elétricos dispara no Brasil em poucos meses

novembro 15, 2024
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Venda de carros elétricos dispara no Brasil em poucos meses


Há cerca de um ano, este Olhar Digital fez uma reportagem especial sobre carros elétricos no Brasil. O texto apontava corretamente que a tecnologia ainda estava engatinhando em nossas terras. E logo na manchete estava a seguinte pergunta: “Quando vai decolar?”

Hoje, quase 12 meses depois, temos a resposta? O mercado de EV decolou no país? Esses números indicam que sim.

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Segundo dados apresentados pelo presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos, 138.581 veículos eletrificados foram vendidos aqui entre janeiro e outubro de 2024. Eletrificado significa EVs e híbridos também.

O resultado já superou em 48% os registros de todo o ano passado. Num corte ainda mais impressionante, esses quase 140 mil veículos representam mais que os 126 mil vendidos no Brasil em uma década, de 2012 a 2022.

Sim, é verdade que esta tecnologia se tornou “popular” mais recentemente, mas ainda é um desempenho notável: em 10 meses, o Brasil alcançou o mesmo número de veículos eletrificados em 10 anos!

Os favoritos dos brasileiros

  • Segundo a ABVE, os híbridos plug-in foram os mais populares nesse período.
  • Os híbridos respondem por 85.980 registros até o momento.
  • Os 100% elétricos são quase 51 mil.
  • O presidente da associação, Ricardo Bastos, destacou que os números têm melhorado progressivamente.
  • Outubro, por exemplo, foi o terceiro melhor mês da série histórica da ABVE, com 16.033 vendas de veículos leves eletrificados.
  • Isso tem a ver com a maior oferta de veículos desse tipo.
  • Entre os modelos, o chinês BYD ocupa facilmente o primeiro lugar.
  • BYD Song Plus é líder de vendas no ano, com 15.701 registros de janeiro a outubro.
  • Em seguida vem o Dolphin Mini de 4 lugares (com 13 mil registros) e o Dolphin GS (com quase 11 mil unidades vendidas) – ambos da BYD.
BYD Song Plus lidera lista de EVs mais vendidos no Brasil em 2024 – Imagem: Divulgação/BYD
  • Uma montadora diferente só aparece na quarta colocação: o Toyota Corolla Cross XRX Hybrid vendeu 10.418 unidades em 2024.
  • Em quinto lugar está o GWM Haval H6 HEV (com 5.635 matrículas) e, em sexto, a BYD volta a aparecer com o Dolphin Mini de 5 lugares (4.764 matrículas).
  • Completando o Top-10 está o GWM Haval H6 PHEV: com 4.276 registros;
  • Caoa Chery Tiggo 5X e 7 Hybrid: com 4.176 vendas;
  • O GWM Haval H6 PHEV 19: com 4.143 registros;
  • E o GWM Haval H6 GT: com 4.064 registros.
GWM Haval H6
A linha Haval H6, da empresa chinesa GWM, também vai bem na lista de registros do país – Imagem: divulgação/GWM

Isso significa que realmente decolou?

Olha, eu diria que decolar é um verbo muito forte. As vendas melhoraram muito, é verdade, mas os veículos eléctricos ainda representam uma quota mínima do nosso mercado.

Em relação à nossa história, podemos dizer que a evolução tem sido gigantesca. Agora, o fato é que ainda estamos anos-luz atrás de outros mercados ao redor do mundo.

Na Alemanha, por exemplo, a percentagem de VE já ultrapassa 20% do número total de veículos em circulação. Nos Estados Unidos, os veículos eletrificados foram responsáveis ​​por 1,1 milhão das vendas de automóveis em 2023. E a previsão é que esse número volte a crescer em 2024. Bom, não preciso dizer que 1 milhão é muito mais que os nossos 140 mil. .. E olha, nem estou falando da China, maior reduto dessa tecnologia no planeta.

Se em 2023 disséssemos que aqui os eléctricos ainda estavam engatinhando, agora começaram a andar com as próprias pernas. E a tendência é positiva: essa criança já pode começar a correr e, quem sabe, um dia, decolar de verdade.

Carro elétrico conectado a estação de carregamento
O Brasil ainda carece de infraestrutura: faltam, por exemplo, mais pontos de recarga em todo o país – Imagem: Darunrat Wongsuvan/Shutterstock

Agora, para que isso aconteça, o país precisa acompanhar essas mudanças. A ABVE afirma que os investimentos nesse tipo de tecnologia aqui ainda são baixos, que as políticas públicas são fragmentadas e que não existe um Plano Nacional de Eletromobilidade.

Sem falar nos altos preços dos veículos, na falta de uma linha de crédito específica (e atrativa), além da infraestrutura precária: existem apenas 10.622 pontos de recarga em um país do tamanho de um continente.

Esperamos que as coisas evoluam até o próximo texto deste tipo, no final de 2025.





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