A startup de baterias que arrecadou US$ 15 bi e… faliu

novembro 25, 2024
por
6 minutos lidos
A startup de baterias que arrecadou US$ 15 bi e… faliu


Você sabe por que a China domina amplamente o mercado de carros elétricos? Muitas pessoas podem responder aqui que é por causa da mão de obra barata. E essas pessoas não estão erradas. Sim, o custo da mão-de-obra lá é muito baixo, mas noutros países também o é e, mesmo assim, não conseguiram desenvolver esta indústria.

A diferença entre a China e essas outras nações é o investimento em tecnologia, principalmente em baterias. O top 3 global de empresas que mais vendem estas fontes de energia é composto por empresas orientais.

O primeiro lugar pertence à chinesa CATL, responsável por quase 30% do mercado. Em seguida vem a sul-coreana LG. O terceiro lugar pertence à chinesa BYD.

leia mais

Abaixo delas estão as japonesas Panasonic, as coreanas Samsung e SK On e as chinesas Calb e Envision.

Os únicos invasores da lista são os americanos Farasys e os suecos Northvolt. Quer dizer, pelo menos era assim até ontem. A Northvolt acaba de entrar com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos.

O colapso do até então líder fabricante de baterias na Europa nos ajuda a entender um pouco como funciona esse universo.

O mercado de baterias para carros elétricos também é amplamente dominado pelos chineses – Imagem: Gabriel Sérvio/Criado por DALL-E

Um pouco de história

  • A Northvolt foi fundada em 2016 pelo ex-funcionário da Tesla, Peter Carlsson.
  • O principal objetivo da empresa era tornar-se uma fonte europeia confiável de células de bateria para ajudar a impulsionar a transição da região para veículos elétricos.
  • Os governos e os investidores estavam ansiosos por apoiar um actor local que pudesse reduzir a dependência do Ocidente da China.
  • No final de 2023, a Northvolt tinha garantido cerca de 15 mil milhões de dólares em capital e subvenções, enquanto a sua carteira de pedidos tinha crescido para mais de 50 mil milhões de dólares.
  • A gigante automobilística alemã Volkswagen estava entre os principais financiadores, com uma participação de 21%, enquanto o banco Goldman Sachs detinha cerca de 19% das ações da Northvolt.
  • Tudo estava indo muito bem (ou parecia estar indo bem), até que a empresa começou a atrasar algumas entregas neste ano.
  • Depois veio a divulgação dos números de 2023 – e a certeza de que algo estava errado: a Northvolt reportou perdas de aproximadamente US$ 1,2 bilhão, com receita de apenas US$ 128 milhões no ano passado.
  • Em março, a fabricante de caminhões Scania disse que estava atrasada em seus planos de eletrificação por causa da Northvolt.
  • Em junho, a BMW cancelou um contrato de cerca de US$ 2 bilhões com a empresa sueca.
  • Desde junho, a Northvolt cortou um quarto da sua força de trabalho sueca e suspendeu vários projetos de expansão.
  • E agora veio a notícia do pedido de proteção contra falência.
A chinesa CATL ocupa a liderança na lista das empresas que mais vendem baterias para VEs no mundo – Imagem: Reprodução/CATL

O que aconteceu com a empresa

O próprio Carlson disse ao The Wall Street Journal que cometeu erros estratégicos:

“Eu provavelmente deveria ter pisado no freio mais cedo em alguns dos caminhos de expansão. Olhando para trás, éramos ambiciosos demais em relação ao momento”, disse o executivo.

Especialistas na área concordam com esse diagnóstico. Eles afirmam que a Northvolt não tinha experiência na construção de uma indústria de processamento e acabou colocando a carroça na frente dos bois.

Eles explicam que produzir células de bateria é complexo e caro. E que novas fábricas podem levar anos para aumentar a produção. Além disso, devem saber trabalhar com altos índices de refugo devido a problemas durante o processo.

A Northvolt não incluiu esta componente na conta e fechou demasiados contratos num curto espaço de tempo. O resultado foi que os clientes ficaram em apuros e recorreram às empresas chinesas.

Por outro lado, a desaceleração do mercado elétrico fez com que algumas montadoras reduzissem ou suspendessem projetos. A Northvolt se viu numa espécie de beco sem saída e começou a perder dinheiro.

Carlson ainda aposta na recuperação de sua startup. E afirmou que outras empresas ocidentais que queiram entrar neste mercado enfrentarão as mesmas dificuldades. Neste aspecto, a vitória, mais uma vez, pertenceu à China.

As informações são de O Wall Street Journal.





empréstimo empresa privada

consulta bpc por nome

emprestimo consignado caixa simulador

seguro cartão protegido itau valor

itaú portabilidade consignado

simular emprestimo consignado banco do brasil

empréstimo consignado menor taxa

Crédito consignado